O vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu (sem partido) voltou à cena para demonstrar todo o seu descontentamento com as citações feitas a ele pelo chefe de Gabinete, Júlio César Freitas da Rosa, em depoimento na sessão de terça-feira da Comissão Processante do processo de impeachment. Ele encaminhou ao presidente da comissão, vereador Edson da Rosa (PMDB), "impugnação às alegações do chefe de gabinete, relativas ao vice-prefeito".
Na terça-feira, Júlio César fez duas citações a Fabris: a tentativa do vice de sustar multa de uma empresa inscrita na dívida ativa do município e a utilização de uma viatura da Guarda Municipal para uma sessão de treino de tiro em horário de trabalho.
Fabris contesta "a veracidade de todas as declarações" que o referiram nominalmente e que se trata (Júlio César) de "inimigo pessoal". Sobre o mérito das acusações, ele esclarece no pedido de impugnação:
Sobre multa – Trata-se de recurso administrativo recebido pelo vice, a quem foi expressamente dirigido. O efeito suspensivo dado ao recurso (quanto à penalidade pecuniária) decorreu, tratando-se o caso de matéria ambiental, de previsão da Lei Complementar 376/2010, que consolida a legislação relativa à política municipal do meio ambiente, dizendo o Artigo 24: "As impugnações, as defesas e os recursos interpostos das decisões não definitivas terão efeito suspensivo relativamente ao pagamento de penalidade pecuniária". Acrescenta que foi instaurado inquérito civil junto ao Ministério Público para acolher representação do prefeito contra o vice, que concluiu pela "ausência de dolo, com ausência de ato improbo".
Sobre a utilização de viatura da Guarda para fins particulares – A acusação "é risível, em que pese tristemente fantasiosa".
– Vou aos Estados Unidos por conta mas peço "carona" da Guarda para ir ao estande de tiro? Tem lógica a alegação do chefe de gabinete? – desabafa Fabris.
* A colunista Rosilene Pozza está de férias.