Nem mesmo a terceira votação do acolhimento de denúncia de impeachment alterou a agenda do prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (PRB). Na terça-feira, ele esteve reunido com secretários municipais e, depois, participou de Assembleia na Codeca. Guerra procurou manter aparente normalidade com a aprovação da investigação de impeachment, porém convocou entrevista coletiva para "informar e fazer um alerta à população caxiense".
— A democracia está sob ameaça — afirmou o prefeito.
Segundo ele, a denúncia partiu de pequenos grupos que não aceitaram a vontade soberana da eleição de 2016. Disse que as pessoas que embasam a denúncia têm interesses pessoas e estão descontentes por terem sido atingidas "em prol da coletividade". Com o mesmo tom da campanha do ano passado, Guerra afirmou ainda que o "crime" do atual governo é não ter corrompido e não ter feito "negociatas" em troca de apoio político.
Guerra confirmou que está estudando a possibilidade de ingressar com ação na Justiça para manter o mandato, mas não deu mais detalhes sobre quando poderá ser encaminhada tal medida. Ele afirmou ainda que não há possibilidade de afastamento do cargo.
O prefeito admitiu a possibilidade de fazer sua defesa na Câmara de Vereadores para esclarecer todos os pontos da denúncia.
— No rito há, inclusive, uma possibilidade de que seja feita (a defesa na Câmara). Se pretende fazer em respeito à população de Caxias do Sul para esclarecermos cada um dos fatos apontados, de que não se trata de crime de responsabilidade e nem de infração político-administrativa.
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