A tentativa do presidente do PSD, Sérgio Augustin, de articular o posicionamento do vereador Kiko Girardi na votação da admissibilidade do impeachment do prefeito Daniel Guerra azedou a relação partidária. A decisão de Kiko em votar contra o acolhimento irritou Augustin e o vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu, que ameaçaram deixar o partido. Na saída da reunião, ontem à tarde, na Câmara, eles não quiseram comentar as declarações dadas na reunião.
À porta fechada, Fabris disse ainda que, mesmo que a votação seja pelo arquivamento, pretende encaminhar o documento para apreciação do Ministério Público.
Com medo de ser rotulado de golpista, Kiko cobrou a falta de diálogo de Fabris antes de protocolar o pedido de impeachment e sustentou que “politicamente não é a hora”.
– Sou contrário (ao acolhimento). Não fui consultado (sobre a denúncia). O doutor Augustin está correto e (o pedido) tem base legal. Crime é crime, mas politicamente não é o momento.
Kiko confirmou que os dois anunciaram que pretendem deixar o partido.
– As pessoas vêm, as pessoas vão e o partido fica.
A votação de admissibilidade da denúncia está marcada para a próxima terça-feira, no plenário da Câmara de Vereadores.