O sociólogo e professor de Ciência Política no curso de Direito da FSG, Adão Clóvis Martins dos Santos, diz que o movimento comunitário está em crise, a mesma que atinge entidades de representação tradicionais, como partidos políticos e sindicatos.
– As associações (de moradores) começaram a sofrer um processo de desgaste, uma vez que essas formas de participação mais tradicionais limitam por ter um caráter mais burocrático – destaca Santos.
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Para o sociólogo, atualmente existe um movimento comunitário que se organiza de uma forma mais espontânea e fora das instituições tradicionais. Segundo ele, muitas lideranças comunitárias eram vistas como cabos eleitorais de partidos políticos e agora, com a crise dos partidos, ocorreu também uma crise de representação em todos os níveis.
– Existe uma espécie de renovação e (o movimento comunitário) tende a ressurgir mais intenso. Isso é bom e renova. É possível que o movimento comunitário se potencialize através das associações, só que bem diferentes daquelas vinculadas a partidos políticos, vereadores ou deputados. Elas tendem a se organizar de forma mais autônoma.
De acordo com Santos, o movimento comunitário tradicional precisa "superar a desconfiança generalizada e também articular temas locais para reestabelecer a confiança da população".
– Hoje, estamos conectados globalmente e desconectados localmente. As demandas podem ser de caráter estadual e municipal, mas elas se particularizam no bairro. É preciso saber como encaminhar essas demandas no sentido de não existir um isolamento. De certa forma, não existe uma proximidade da coletividade, por isso que eu falo em reconectar – destaca o professor da FSG.
Fala, povo!
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Política
Movimento comunitário está em crise, diz cientista político
Para professor de Ciência Política no curso de Direito da FSG, Adão Clóvis Martins dos Santos entidades devem se reconectar a temas locais
André Tajes
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