O prefeito eleito de Caxias do Sul, Daniel Guerra, recebeu com surpresa a notícia de que o vice, Ricardo Fabris de Abreu, decidiu desfiliar-se nesta semana do PRB, mesmo partido dele.
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Conforme Guerra, a decisão de Fabris é pessoal e não afeta as relações. Ele garante que o vice tem canal aberto, mas deixa claro que quem está autorizado a se manifestar é apenas Heron Fagundes, coordenador-geral da transição.
– Quem fala pela administração é o prefeito eleito. Quem fala pela transição não é o vice, é a coordenação-geral. Quem tem a autoridade para falar em nome da transição é a coordenação.
Heron é um dos homens de confiança de Guerra. Imaginava-se que Fabris também era. Mas o próprio vice diz que nunca esteve no "núcleo duro" da nova gestão.
– Próximo, eu nunca estive. Nunca participei das reuniões de transição, nunca fui informado das decisões que iam ser tomadas nem fui convidado para isso.
Fabris vinha conduzindo a transição na Secretaria de Segurança e chegou a anunciar que poderia assumir como titular. Deu declarações de que o prédio da Maesa iria receber a estrutura da Guarda Municipal e de um centro integrado de segurança, que repercutiram negativamente nas redes sociais – críticas foram no sentido de que a promessa inicial era de transformar a Maesa em um espaço cultural. Acabou caindo antes mesmo de assumir.
Nesta semana, anunciou que estava descartada a possibilidade de ser secretário e que estava deixando a coordenação da transição na Segurança. Nos bastidores, teria dito que foi impedido por Guerra de se manifestar.
– Em momento algum se cogitou que (o vice) viria a assumir a titularidade, até porque não tem a especialidade para isso – afirma Guerra.
Conforme o prefeito eleito, Fabris não será um vice "decorativo". Será uma figura institucional, cumprindo tarefas quando delegadas pelo prefeito. Uma das atividades que ele irá desenvolver durante o mandato será a análise de processos judiciais, já que tem larga experiência.