A função principal do vice-prefeito é substituir o prefeito sempre que necessário: quando o chefe do Executivo sai de férias ou se ausenta para uma viagem, por exemplo. O vice precisa auxiliar o prefeito sempre que for convocado. Mas não é só isso. Ele pode assumir alguma outra atividade dentro da administração, como uma secretaria, acumulando funções.
Marisa Formolo, vice-prefeita de Pepe Vargas (PT), entre 1997 e 2000, foi também, naquele período, secretaria geral de Governo e secretaria de Educação. Sua sucessora na administração seguinte, Justina Onzi (PT), foi, além de vice, secretária de Saúde no segundo mandato de Pepe Vargas.
O subsídio bruto do vice-prefeito, hoje, é de R$ 15.078,52.
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Antonio Feldmann (PMDB) e Ricardo Fabris de Abreu (PRB) são os candidatos a vice-prefeito, respectivamente, de Edson Néspolo (PDT) e Daniel Guerra (PRB). Para a sintonia desejada da equipe de trabalho que vier a comandar a administração municipal de 2017 a 2020, eles devem guardar afinidades de ideias, propostas e pensamentos. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista com Antonio Feldmann.
Pioneiro: Por que o senhor aceitou ser vice?
Antonio Feldmann: Tenho uma contribuição a dar para a cidade que me acolheu em 1983 quando cheguei para estudar para padre com 13 anos. Esses últimos 25 anos como repórter, assessor (político de José Ivo Sartori), secretário da Cultura e agora vice-prefeito me deu uma bagagem e experiência. Não podia me furtar de dar a minha contribuição. Hoje conheço a evolução, mas também os problemas de Caxias de uma ponta a outra da cidade. Pela experiência nesses quatro anos, vou estar mais presente no dia a dia da administração.
Quais serão as suas prioridades, se eleito?
Já falei com o (Edson) Néspolo que a gente, ganhando a eleição, vou me colocar à disposição para ser coordenador de projetos especiais como a gestão pública ligada à cultura da inovação e governança, com métodos e resultados como essa questão de ter processo seletivo para cargos de confiança. Temos uma caminhada na regularização (fundiária) dos bairros de Caxias, mas precisamos avançar. Alguns (bairros) tiveram leis aprovadas, recentemente, na Câmara de Vereadores para regularizar e temos que oferecer a infraestrutura necessária. O terceiro é esse processo que batizei de Caxias 2040, que já tem um início de trabalho junto com a CIC e a UCS, que é preparar e planejar o futuro de Caxias do Sul. Precisamos buscar novos empreendimentos e criar novas matrizes econômicas. A gente vê com muita preocupação o esgotamento da matriz metalmecânica.
Mais alguma prioridade?
Na segurança pública, posso ser um interlocutor junto ao governo federal para buscar já enquadrar Caxias no Plano Nacional de Segurança que vai ser lançado. Tem muitos recursos em instâncias federais, organizações não-governamentais e organizações internacionais, mas tem que ter um bom projeto. Não precisa criar um novo órgão dentro do governo, tem que ser dentro da secretaria de Gestão ou do Planejamento.
Assumiria alguma secretaria também durante o mandato?
Isso eu evito falar. Em caso de vitória, gostaria de ser coordenador de projetos especiais. Acho que ajudaria mais do que assumir uma secretaria.
O que o senhor acha do corte de CCs e secretarias? Acha que o corte deve ser de quanto?
Eu, o Néspolo e todos os presidentes dos partidos assinamos no dia da convenção um documento nos comprometendo em fundir secretarias e a cortar de cargos de confiança. O Néspolo tem dito (que o corte é) correspondente à fusão das secretarias. Acho que agora é menos importante dizer que vai ser de 20, 30 ou 40%. É um novo momento que exige uma readequação. Não temos um quadro de descontrole no número de cargos de confiança. Caxias e o segundo maior município do Rio Grande do Sul e tem menos (CCs) que uma dezena de outras cidades que tem menos habitantes. Levantei essa questão do processo meritocrático para os cargos de confiança e as pessoas estão apoiando porque querem que quem esteja recebendo dinheiro público tenha a capacidade para cumprir a função.
Como o senhor avalia o seu mandato? O que fez que mais lhe orgulhou? E algum arrependimento?
Sempre procurei ser um vice que sabe as suas funções. Meu perfil é de um vice muito ciente do seu papel e que não cria embaraços e problemas para o prefeito. Durante esses 4 anos, assumi 11 vezes e 75 dias como prefeito em exercício de Caxias do Sul. Não tive nada que me envergonhasse. O episódio em que eu não assumi (o cargo de prefeito em exercício) , fui vítima da maior violência que alguém possa ter sofrido na política. É o único caso em toda história no Brasil que foi impedido de concorrer a deputado (federal) dentro do mandato. No momento em que a Justiça me obrigou a assumir naquele período de seis meses, me tirou o direito legítimo de qualquer político de concorrer. Depois, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul acabou assumindo o governo do Estado porque o vice-governador era candidato, o presidente da Assembleia era candidato e assumiu o presidente do Tribunal de Justiça. A história ainda vai fazer justiça, e não é discurso de coitadinho.
Que marca o senhor pretende deixar como vice-prefeito?
De um colaborador e de alguém que busca fazer a política da integração, que colabore para resolver os problemas da cidade. Alguém que seja conhecido como um agregador e um construtor de soluções para os problemas da cidade, buscando ser uma espécie de ouvidor da sociedade. Por exemplo, fizemos uma bela ciclovia na entrada de Forqueta, mas uma boa parcela da comunidade ficou contra. Se tivesse discutido com os ciclistas e os comerciantes, a gente poderia chegar a um entendimento.
O senhor vai cumprir os quatro anos de mandato?
Eu devo. Sou candidato a prefeito por ter uma indicação do meu partido. Dentro do partido foi consensuado em ata de que o candidato eleito seria por quatro anos. Está estabelecido em acordo e palavra para mim é sagrado.