Ao longo do período pré-eleitoral, o Pioneiro publicou a série A Cidade que Queremos, destinada a colocar a cidade em debate, em oito reportagens aprofundadas. Além disso, o formato editorial possibilitou a participação dos caxienses, com sugestões para melhorar a cidade pela internet, redes sociais e ouvidos nas ruas.
Para finalizar o trabalho, o Pioneiro reuniu as 120 melhores contribuições de leitores, ao lado das opiniões de especialistas, em uma publicação. Os participantes foram ouvidos, e a opinião deles, levada até os candidatos. O material foi entregue aos seis postulantes à prefeitura na quarta-feira, na redação.
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O resultado final, que serve de importante subsídio aos candidatos, é uma reunião de olhares sobre a cidade e de propostas, muitas delas simples e de baixo custo.
Confira algumas delas e a opinião dos seis candidatos sobre a iniciativa do Pioneiro.
CONTRIBUIÇÕES DE LEITORES
Uma cidade mais humana
"Caxias é muito cinza, uma selva de pedras. Não há entretenimento suficiente, as pessoas não ocupam a cidade a não ser para trabalho, comércio, estudo. Isto não é muito diferente no resto do país. Coisas que podemos ver em cidades de Primeiro Mundo: áreas verdes, como a do Parque dos Macaquinhos, que sejam acessíveis sem precisar de ônibus. Ajudaria a cidade a respirar e a ser menos cinza. E fiação subterrânea, torna a cidade mais atrativa, mais bonita e mais turística." Mateus Alves
"As rampas são meias rampas, é muito mais para atender aparência, não estão no ângulo certo. Falta sensibilidade em quem gere esses serviços (de acessibilidade). Falta respeitar a criança, o idoso, o PCD (pessoas com deficiência). Estamos a meio caminho." Jorge Valmini, 50 anos, ator
Atenção aos bairros
"(Meu bairro) É bom, é calmo, mas falta iluminação. Tem algumas ruas que é escuro para andar à noite." Jeferson Camargo, 23 anos, auxiliar de modelista e morador de Ana Rech
"O Campos da Serra caiu no esquecimento. No posto de saúde, o atendimento é uma burocracia enorme. Mercado precário, não tem área de lazer, farmácia não tem, falta policiamento." Marines Martins, moradora do loteamento Campos da Serra
Cidade em movimento
"Está tudo muito concentrado no Centro. As firmas também liberam no mesmo horário. A ideia é descentralizar as lojas." Allan Kehl, 18 anos, estudante
"Quem anda a pé percebe que tem algumas sinalizações para pedestres erradas: quando as sinaleiras ficam verdes para atravessar a rua, se conta só 10 segundos. Como é que um idoso irá atravessar a rua nesse mísero tempo? Se é para pensar nos pedestres, que ajeitem isso." Luciane Martini
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Acesso à saúde pública
"Nunca precisei do sistema público para casos de extrema urgência, mas os serviços de plantão pediátrico, odontológico e de pré-natal superam qualquer expectativa e bem acima da média comparados ao sistema privado." Suani Detofano Campagnollo, 32 anos, autônoma
"Mais médicos nos postos, porque é muita demanda. Muita gente tinha plano de saúde e agora foi para o SUS porque se tornou caro." Valter Bueno, 51 anos, soldador
Viver com dignidade
"Vejo muita favela, barracos. Às vezes, dá dor de ver. Tem cada casa que parece impossível ser verdade." Nilda Gomes, 68 anos, professora
"Antes de construir prédios em áreas afastadas da cidade, deveria ser estudada a possibilidade de ocupar imóveis que estão vazios." Valdinei Garcia Junior
Acesso à educação e cultura
"A cidade precisa de mais teatro e cinema em espaços públicos para as crianças. Na educação, precisa de mais investimento em creches." Marlova Ré, 36 anos, promotora de vendas
"Na educação, mandar os pais de volta para a escola. Se eu participasse mais da escola do meu filho, a educação daria uma guinada. Os pais deveriam ser obrigados a frequentar a escola dos filhos, teria que estar no currículo. E na cultura, tem que trazer para a rua, para estimular as pessoas a procurar cultura depois." Jean Carlo Renosto, 49 anos, desenhista tatuador
Desenvolvimento
"Cobrar menos impostos. Nossas empresas estão fechando ou indo para outras cidades. Os empresários preferem ir a outros Estados." Joziane de Souza, 38 anos, professora
"Quem falha em planejar, planeja para falhar. Antes de se iniciar um bairro, primeiramente precisa de planejamento e criação de regras ou leis municipais mais rígidas. Esse negócio de duas, três, quatro moradias num terreno só em um morro que pode desabar a qualquer momento com uma chuva forte deve acabar. A Defesa Civil precisa ficar de olho nesses locais onde há superlotação de moradias." Flavio Krahl
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A nossa casa
"A gente vê lixo, mas a Codeca está sempre limpando. Alguns lugares estão sujos, mas porque as pessoas sujam. Tudo é consciência das pessoas. Claro que, por exemplo, saneamento básico é responsabilidade da prefeitura. Acho que estão faltando campanhas educativas". Silvio Senna, 43 anos, radialista
"Plantar mais árvores." Carlos Alberto Cé Mânica, 21 anos, desempregado
O QUE DIZEM OS CANDIDATOS
Assis Melo (PCdoB)
"Sugestões são sempre importantes, mas nós temos um plano de governo e vamos trabalhar em cima dele. Mas sempre que possível vamos aproveitar as sugestões."
Daniel Guerra (PRB)
"Esse trabalho fortalece a democracia e cria um canal para as pessoas interagirem e apresentarem soluções que entendem importantes. Além de apresentar a realidade, oportunizou que especialistas apresentassem soluções. E é muito gratificante ver que estamos no caminho certo quando elaborávamos nosso plano de governo."
Edson Néspolo (PDT)
"Esse documento colabora no diálogo com a comunidade, que é uma das minhas marcas. Se for eleito prefeito, com certeza levarei em conta essas sugestões."
Francisco Corrêa (PSOL)
"Acho que (as sugestões) são legítimas, porque foram colhidas junto à população. Achei interessante não só para a eleição, mas para o período pós, para a continuidade, independentemente de quem assumir."
Pepe Vargas (PT)
"Tem o princípio de ouvir a população e tentar fazer com que a população e especialistas apontem sugestões. Esse princípio está incorporado em nosso plano de governo pelo que a gente chama de processo de planejamento participativo. Nosso desafio é ouvir não só centenas, mas milhares de pessoas e, junto com elas, definir as políticas públicas. Um dos especialistas na matéria da saúde falava naquilo que a gente tem dito, que é a informatização do prontuário eletrônico e que tem todo o histórico do paciente."
Vitor Hugo Gomes (Rede)
"Achei a iniciativa positiva, qualificou o debate eleitoral. Fez um diagnóstico dos problemas da cidade e foi possível ver sugestões técnicas. É possível ver várias soluções simples e baratas."
