Veículos do centro do país divulgaram nesta quarta-feira que o vice-presidente da Engevix Engenharia Gerson de Mello Almada revelou aos investigadores da operação Lava Jato que encaminhou uma lista indicando políticos do PT para receberem doação da empresa ao lobista Milton Pascowitch, apontado como operador de propinas da empreiteira e que decidiu fazer acordo de delação premiada na Lava Jato.
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Entre os nomes citados está o do ex-vereador de Caxias do Sul Marcos Daneluz (PT). Conforme reportagem do Estadão, a "lista refere-se a uma doação feita ao Partido dos Trabalhadores, tendo o declarante (Gerson Almada) nominado os candidatos que gostaria de verem beneficiados com parte dos recursos; que essa lista foi entregue a Milton Pascowitch, tratando-se a doação no valor de R$ 400 mil feita de forma espontânea". As informações foram relatadas pelo executivo à Polícia Federal em depoimento no dia 1º de abril de 2015.
Daneluz, que concorreu a deputado estadual nas últimas eleições e é o primeiro suplente do partido, nega que a Engevix tenha sido doadora de sua campanha. Ele confirma apenas ter recebido recursos do PT nacional. Além disso, Daneluz ressalta que suas contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral:
- A campanha pediu recursos (para o PT nacional) através da minha corrente política, não fui eu quem pediu. O Partido dos Trabalhadores que fez essas captações. Eu não sei como elas são feitas. Eu confiava e continuo confiando da forma de captação legal do meu partido. Não tenho nada para dizer porque desconheço a forma como é feito. Como eu não conheço ninguém dessa empresa, não conheço os procedimentos, não sei por que meu nome apareceu nessa suposta lista. Se eu for chamado para responder, será um prazer mostrar novamente minhas contas de campanha.
Daneluz é citado ao lado dos deputados Altemir Tortelli e Nelsinho Metalúrgico, que são da mesma tendência interna do PT, a Socialismo 21. Já Maria do Rosário, também citada na lista, não pertence a mesma corrente de Daneluz. Além deles, são citados os irmãos Nilto Tatto e Enio Tatto, deputado federal e deputado estadual por São Paulo, respectivamente, e "Mirian" (que o depoimento não identifica).
Investigação
Político de Caxias citado em suposta lista da Lava Jato nega recebimento de propina
Marcos Daneluz concorreu a deputado estadual em 2014
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