No comício da coligação Unidade Popular Pelo Rio Grande, realizado na noite desta quinta-feira, na All Need Master Hall, em Caxias do Sul, Tarso Genro pediu bravura e determinação à militância, dizendo que a campanha foi concentrada devido à realização Copa do Mundo, da morte do então candidato à presidência Eduardo Campos e do cerco da imprensa ao governo Dilma Rousseff. O ato, que começou às 19h30min, terminou às 21h15min.
>> Comício começa com 1h30min de atraso
Tarso confessou que ficou preocupado com a mobilização no interior do Estado, percebendo que ela aumentava somente conforme ele ou o candidato ao Senado, Olívio Dutra, passavam pelas cidades. Então explicou que se licenciou do cargo de governador a pedido dos partidos coligados e pediu para Lula vir a Caxias marcar uma grande virada na mobilização. Tarso também contou que um conservador o provocou dizendo que tirou o bigode porque não havia cumprido as promessas de campanha.
- Respondi que não preciso de bigode para cumprir promessa, mas se o problema é bigode, vota no Olívio para senador - disparou.
Lula começou seu discurso afirmando que Caxias do Sul guarda uma das mais extraordinárias lembranças da construção do PT.
- Não estamos em um ato para convencer ninguém a votar no Tarso ou no Olívio porque acredito que esse seja um ato de petistas e eleitores deles. Não vou discutir números porque posso fechar os olhos e dizer, sem medo de errar, que o Rio Grande do Sul nunca recebeu o volume de recursos que recebeu do governo federal para fazer tantos investimentos - declarou.
O ex-presidente prosseguiu, pontuando que seria muito curto e preciso na sua fala. Ele disse que quando foi eleito, 38 milhões de brasileiros não eram nascidos ainda e desconhecem o que era o Brasil, porque a imprensa, ao invés de informar, somente tratou de mostrar as mazelas e os problemas. Se dirigindo a Tarso, declarou:
- Quando a gente não tem legado, a gente faz promessa de futuro. Quando a gente tem legado, a gente defende esse legado. Não vou falar mal dos seus adversários porque não seria ético, nem correto, sair de São Paulo e vir falar mal dos gaúchos que disputam a eleição. Vou falar que Tarso governou o Estado e recuperou a autoestima e a esperança dos gaúchos. Nessa cidade, recuperou a indústria de máquinas agrícolas, de ônibus e recuperou empregos.
Voltando-se à militância, Lula prosseguiu:
- Nós temos que ir para a rua discutir e debater ideias, não para fazer como eles fazem, porque a esquerda não chegou ao governo para ser perversa como a direita fez com a gente a vida inteira. É muito fácil dizer que vai defender uma nova política e que vai governar com os melhores (se referindo aos discursos de candidata à presidência Marina Silva), mas não é possível mudar a política por fora da política.
Se referindo mais precisamente às eleições estaduais, Lula reiterou que conhece Tarso Genro desde 1975 e que o nomeou para ministro de três áreas distintas durante os oito anos em que era presidente.
- Companheiros, acho que nós não nos perdoaremos se não quebrarmos esse tabu que o Rio Grande do Sul não consegue reeleger um governador - completou.
O ex-presidente ressaltou que é importante fazer campanha para os candidatos a deputados, mas que só faz sentido elegê-los se Tarso e Olívio também vencerem a eleição.
- Se não o reelegermos, estaremos negando o nosso governo.
Citando pela segunda vez "a elite perversa", Lula atribuiu o atraso do Brasil ao fato de a primeira universidade ter sido inaugurada em 1930, e afirmou que o governo petista triplicou o investimento em educação.
- Queremos ser exportadores de conhecimento e inteligência nas próximas décadas - destacou.
Voltando a destacar a necessidade de mobilização para a campanha, Lula frisou:
- Não admito que tenha alguém na nossa frente (de Tarso) nas pesquisas. Quem sabe isso não é uma fragilidade nossa? - questionou o petista, pedindo que a militância fosse para as ruas debater e conversar - Eu não me conformarei se não reelegermos um governador. Reeleger o Tarso é a recuperação da auto-estima dos gaúchos - finalizou.
Política
Convidado por Tarso Genro, Lula discursou em Caxias do Sul para aquecer mobilização da militância partidária
Ex-presidente disse que cidade guarda uma das mais extraordinárias lembranças da construção do PT
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