Com um discurso conciliador, sonhando com um espaço onde as pessoas sejam felizes para realizarem seus projetos, Evaldo Antonio Kuiava conversou com o Pioneiro na semana em que foi escolhido para ser o novo reitor da Universidade de Caxias do Sul (UCS). O filósofo tem posicionamentos semelhantes aos do atual reitor, Isidoro Zorzi, derrotado na disputa pelo cargo. Mas também defende formas inovadoras de ensino, acredita que a universidade deve ser aberta à comunidade e garante ser favorável à democratização do processo de escolha do cargo que ocupará.
Confira os principais trechos e leia a entrevista na edição impressa deste fim de semana:
Pioneiro: O senhor é favorável à ampliação da participação da comunidade acadêmica na escolha do reitor?
Evaldo Kuiava: Isso é evidente, todos querem. Temos que ter a inteligência e o discernimento para encontrar o caminho, não vai ser à base da imposição, do conflito. Precisamos amadurecer enquanto instituição, comunidade acadêmica, funcionários, professores, alunos e também a comunidade externa, a representação política que está presente no Conselho Diretor. Não tenho dúvida de que nesses próximos anos nós vamos avançar. E eu vou me colocar à disposição de toda a comunidade para que nós possamos discutir isso de fato. Eu posso garantir que isso vai acontecer. Com certeza todos, em tese, concordam com os princípios democráticos e eles vão acontecer, mas tem que ser dentro de uma visão madura, respeitosa.
Pioneiro: Existe preocupação do ponto de vista financeiro em relação à universidade?
Kuiava: Evidentemente que isso nos preocupa, tendo em vista, principalmente, os últimos anos com a Lei da Filantropia. Nós conseguimos, neste ano, equilibrar e absorver, de certa forma, o impacto da filantropia. Mais de R$ 40 milhões por ano ficavam no caixa da instituição. Agora surgiram alterações nessa lei, vamos ter que, neste ano, trabalhar fortemente para encontrar caminhos e estratégias para que não haja tanto impacto. Um dos caminhos é a nova lei das universidades comunitárias. Não havia nenhuma instância legal que reconhecesse a universidade comunitária. Isso vai permitir que nós possamos realizar projetos e captar recursos. As próprias instituições governamentais não tinham, mesmo que quisessem, amparos legais para fazer isso. Precisamos pensar, elaborar, constituir uma equipe para que nós possamos realizar projetos e captar recursos para minimizar o impacto na mensalidade dos alunos. Nesse sentido, assumo num contexto muito mais favorável para que esse impacto financeiro possa ser minimizado.