O que era para ser um movimento apartidário, como proclamado no início das manifestações, se transformou em disputa por espaços políticos e na divisão de grupos. O Movimento Caxias Acordou, responsável pela passeata que reuniu cerca de 35 mil pessoas no dia 21 de junho, não conta mais com a participação do Anonymous Caxias, que também tomou a frente da mobilização para aquele primeiro ato, via Facebook.
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Após a caminhada, as divergências vieram à tona. O Caxias Acordou passou a ser comandado pelo Clube do Rock e pelo Bloco de Lutas _ esse último, formado pelo Diretório Central de Estudantes (DCE) da UCS, Levante Popular da Juventude e União da Juventude Socialista (UJS). Exceto o Levante, as entidades têm relação direta com partidos políticos, em especial PT e PCdoB.
Antes do primeiro ato na rua, as informações davam conta de que PT e PCdoB queriam ditar os rumos do movimento. Com a dimensão que a manifestação ganhou, a esquerda fechou o cerco. Nesta semana, o anúncio do nome do assessor da vereadora Denise Pessôa (PT), Cristiano Cardoso, como interlocutor do Caxias Acordou, deixou claro o direcionamento político do grupo.
O Anonymous apoia as realizações do Caxias Acordou, mas promove suas manifestações em separado - caso do bloqueio das ruas centrais na segunda-feira passada.
- O Caxias Acordou não participou da manifestação de segunda-feira. Após o ato do dia 21 (o primeiro e maior deles), constituiu-se um fórum e o Anonymous saiu. Surgiram as diferenças entre os grupos - declara Cristiano.
Pelo lado do Anonymous, a questão política é amenizada. Embora reforce que o grupo é apartidário, a segurança é o motivo alegado por Lucas Mota para a divisão. Ele esteve à frente da mobilização de segunda-feira passada.
- Pensamos desde o início na segurança, fizemos uma rota traçada com a Brigada Militar (no dia 21), mas eles (outros grupos) não estavam de acordo. Nossos faces até foram hackeados por um dos membros do DCE 3 denuncia Mota.
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