"Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos". Essa frase que está em uma das paredes do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) embasa os 50 anos de atuação em Caxias do Sul, comemorados nesta segunda (9), como um lembrete constante da força do trabalho em equipe.
O Doze, como o batalhão é carinhosamente chamado pela corporação, é responsável pela polícia ostensiva e pela preservação da ordem pública em toda a área territorial de Caxias.
A tropa é comandada pelo tenente-coronel Ricardo de Moreira Vargas e pelo subcomandante major Wagner Carvalho. Ambos reafirmam o orgulho que sentem por fazer parte da instituição, principalmente porque são filhos de militares que trabalharam no Doze.
— Este cinquentenário foi construído com muito trabalho, coragem, resiliência, aprendizado e evolução. Hoje, mais do que nunca, sabemos que os desafios enfrentados nas ruas são encarados com muita resiliência e coragem por homens e mulheres que saem todos os dias às ruas para proteger as pessoas. Não há dia fácil no 12° BPM — destaca o comandante Vargas.
— Encaro com muita responsabilidade a missão de estar no comando do maior batalhão do interior da Brigada Militar, na segunda maior cidade do Estado, com todas as mazelas sociais decorrentes, de liderar um efetivo aguerrido — afirma o subcomandante Carvalho.
Estrutura do Doze
A Brigada Militar do Rio Grande do Sul, com sede na Capital, tem "um braço" na Serra, o Comando Regional de Polícia Ostensiva da Serra (CRPO Serra), e o Doze pertence ao guarda-chuva do CRPO. A sede do batalhão de Caxias fica no bairro Kayser. Atualmente, o Doze tem três companhias e forças especiais dividindo as áreas de atuações. Em 1974, quando foi criado o Batalhão, 299 homens atuavam em Caxias, atualmente o comandante Vargas prefere não divulgar a quantidade do efetivo por questões de segurança.
Além do 12ºBPM e da sede do CRPO Serra, Caxias do Sul conta com o 4º Batalhão de Choque, Companhia do Comando Ambiental, um Grupamento do Batalhão de Aviação e o Colégio Tiradentes, todos ligados a Brigada Militar. Há apoio entre os batalhões, mas não há subordinação ao Doze.
O atual comandante relembra da época em que o pai trabalhou no Doze, de 1974 até a década de 1990, que tinha na sala de operações um grande mapa metálico da cidade, parafusado na parede em frente ao rádio-operador. Nele, segundo Vargas, havia representações das viaturas em serviço, atraídas por ímãs que as fixavam ao mapa:
— Cada vez que uma viatura deslocava de um bairro para outro, um policial se dirigia até o mapa e modificava sua localização manualmente. Sem falar na quantidade de planilhas e relatórios que precisavam ser impressos, revisados e arquivados fisicamente.
As evoluções mais visíveis nestes últimos 50 anos, para o tenente-coronel, estão na qualidade e no tipo de equipamentos de proteção utilizados pelos policiais militares; nos novos modelos e na tecnologia e segurança das viaturas. Além disso, com ajuda da tecnologia, o boletim de atendimento nas ruas é preenchido por meio de um aplicativo instalado no celular que está com o policial militar. A comunicação de uma ocorrência policial e até um Termo Circunstanciado também são realizados de forma virtual.
A gestão feita pelo comandante dos batalhões, incluindo o Doze, também passou por reestruturação nestes 50 anos. Vargas explica que os inquéritos policiais e as sindicâncias são todas digitais. Por meio do Sistema de Gerenciamento Correcional (SGC), as soluções chegam diretamente à Justiça Militar sem qualquer folha de papel. Com o surgimento do Programa RS Seguro, cuja principal ferramenta para monitoramento de indicadores criminais chama-se Sistema de Gestão Estatística da Segurança Pública (GEseg), é possível o comandante aperfeiçoar as estratégias de contenção dos indicadores.
Os próximos 50 anos do Doze
O tenente-coronel Vargas brinca que o" 12° BPM é um cinquentão bem cuidado", mas ressalta que não é suficiente:
— Nossa estrutura necessita ser aperfeiçoada visando melhoria das ações de prevenção, preparação e resposta rápida às catástrofes e outros incidentes de grande magnitude.
Até o final deste ano está prevista a chegada de mais cem policiais militares para ampliar o quadro pessoal, o que consequentemente demandará aquisição de novas viaturas e continuidade das parcerias da Brigada Militar de Caxias com entidades e empresários em relação a apoio financeiro através do Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública (Piseg RS).