O número de mortes violentas em Caxias do Sul chegou a 36 até a última terça-feira (12). Essa elevação compreendeu, basicamente, todo o mês de janeiro e a primeira quinzena de fevereiro. Tanto que nos 12 primeiros dias de março foram registrados quatro assassinatos que, segundo a Polícia Civil, não estão relacionados às disputas entre facções criminosas. As operações realizadas contra integrantes das organizações estão entre os fatores que ajudaram na redução, conforme a polícia. Em 13 dias, foram três ações, que resultaram em 50 prisões na cidade.
De acordo com o delegado regional de Caxias, Augusto Cavalheiro Neto, as operações Hades, Matriz e Quinto Mandamento foram realizadas com o intuito de "sufocar" os grupos criminosos. A última ocorreu nesta terça-feira (12), quando 16 pessoas foram detidas em Caxias, em Canoas e no Rio de Janeiro. Os 43 mandados de busca e apreensão, dentre eles 12 mandados de prisão, foram executados por agentes da Delegacia de Homicídios de Caxias e da Polícia Civil de Bom Principio.
— Dois homicídios desencadearam a investigação. Um deles foi de um apenado que saiu do presídio de Caxias, tentou se esconder em Porto Alegre, mas não chegou ao destino e foi morto em Bom Princípio.
Bruno Minozzo da Silva, 33 anos, foi assassinado no dia 6 de janeiro. Segundo o delegado Caio Fernandes, da Delegacia de Homicídios, uma advogada de Canoas repassou dados sobre Minozzo que ajudaram os autores na execução. Por isso, ela foi uma das pessoas presas nesta operação.
Além das 16 detenções, a polícia também apreendeu cerca de R$ 90 mil, nove quilos de cocaína, cinco quilos de crack, um fuzil e duas espingardas. Além disso, 12 veículos foram apreendidos, sendo 10 carros e duas motos, e 12 contas bancárias foram bloqueadas.
Durante coletiva de imprensa realizada após a conclusão da operação, no final da manhã desta terça-feira, Cavalheiro afirmou que a Polícia Civil não vai parar com as operações até que o patamar de homicídios mensais se estabilize no município.