O Ministério Público (MP) denunciou nesta sexta-feira (23) as duas diretoras da Escola Infantil Ludicamente, em Serafina Corrêa, por suspeita de tortura de crianças com sete meses a quatro anos de idade. As profissionais, que têm 26 e 28 anos, estão presas preventivamente no Presídio Estadual de Guaporé desde o dia 25 de janeiro.
A denúncia, formulada pelo promotor de Justiça Cláudio da Silva Leiria, segue o entendimento do indiciamento da Polícia Civil e indicou 29 testemunhas que devem ser ouvidas para o andamento do caso. Os supostos crimes praticados pelas diretoras teriam sido cometidos entre 2022 e 2024. A escola está fechada.
De acordo com o promotor, um expediente foi instaurado no MP de Guaporé para acompanhar as ações do poder público para assegurar assistência às vítimas dos maus-tratos.
Relembre o caso
O caso começou a ser investigado no dia 19 de janeiro, após um professor recém-contratado fazer uma denúncia aos pais, que acionaram a Polícia Civil. Em conversa com a reportagem no dia 27 de janeiro, pais e professores afirmaram que as duas mulheres teriam mordido e sufocado alunos, além de ameaçar funcionários para que não fizessem denúncias.
A reportagem tentou contato por telefone e por aplicativo de mensagens com Verônica Almeida, uma das advogadas da escola, mas não foi obteve retorno até a publicação desta matéria.
Em nota publicada no perfil oficial da escola no Instagram, no dia 22 de janeiro, a instituição afirmou "contestar categoricamente as difamações que têm sido direcionadas à nossa instituição" e pontuou que "opera em estrita conformidade com todas as regulamentações aplicáveis e está devidamente regularizada perante os órgãos de fiscalização".
A nota também desmente "veementemente as alegações difamatórias que sugerem que nosso atendimento às crianças está em desacordo com as normas pedagógicas. Tais alegações são infundadas e não refletem a realidade da Escola Ludicamente. Quanto aos indivíduos que estão difundindo essas falsas acusações, informamos que já foram identificados, e todas as medidas policiais e judiciais cabíveis para responsabilização penal e civil estão em curso".