Ricardo Silveira Sebastiany foi condenado a 34 anos de prisão pelo assassinato de Naiara Ketlin Pereira Maricá, 18 anos. A sentença foi proferida no fim da tarde de quarta-feira (28). São 22 anos de reclusão por homicídio qualificado e mais 12 anos por estupro de vulnerável.
A morte violenta da jovem marcou as primeiras horas do 1º dia de janeiro de 2023. Naiara foi encontrada morta, às 10h45min, na casa em que morava com a mãe dela e a filha de três anos. Foi a mãe que encontrou a jovem morta, ao retornar para casa, no bairro Esplanada. Sebastiany, na época com 26 anos, foi preso dois dias depois do crime.
O promotor de Justiça Leonardo Giardin de Souza diz que a decisão do Tribunal do Júri foi exemplar, acolhendo todas as teses do Ministério Público e dando uma resposta "proporcional e civilizada" ao crime que caracteriza como bárbaro. Entretanto, salienta que pretende recorrer para aumentar a pena de Sebastiany. A Defensoria Pública, que representou o homem, diz que se manifestará apenas nos autos do processo.
Relembre
De acordo com a investigação da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher (Deam), o assassinato ocorreu na madrugada daquele domingo, depois das 2h. A jovem tinha saído com amigos para festejar o Ano-Novo, mas não se sentiu bem e voltou para casa. Natural de Pirapó, na Região Noroeste, Ricardo Silveira Sebastiany estava em Caxias do Sul na casa de amigos.
No último dia de 2022, ele estava na mesma confraternização que Naiara, apesar de eles não se conhecerem. Segundo relato de testemunhas à polícia, o homem tentou se aproximar da jovem e acompanhou o grupo de amigos dela quando deixaram uma casa para seguir a uma festa em outro local da cidade. No caminho, Naiara decidiu voltar para casa. Foi então que o homem se ofereceu para acompanhá-la até onde ela morava. Essa foi a última vez que Naiara foi vista com vida.
As imagens das câmeras de segurança da Rua Júlio Calegari ajudaram a polícia a identificar e prender o réu. Nelas, ele é visto caminhando ao lado da vítima. Ele parecia conduzir Naiara pela rua até a casa dela. Nas imagens, os dois estão na calçada, caminhando devagar, à 1h39min.
O corpo da jovem foi encontrado pela mãe com sinais de estupro e golpes de faca na perna e no pescoço. O suspeito confirmou, em depoimento à policia, que foi com a jovem até a casa dela. Ele afirmou que não se lembrava do que aconteceu quando estavam sozinhos na casa. A camisa dele e a arma do crime foram encontradas na casa de Naiara, onde ela morava com a mãe e a filha pequena. O reú teve que ser transferido de penitenciária, ainda em 6 de janeiro, para a Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves, por motivos de segurança.