Novembro é o mês com menor número de mortes violentas na Serra neste ano. Segundo o levantamento do Pioneiro, que abrange 49 municípios, e os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul, divulgados nesta segunda-feira (4), foram 12 homicídios e um feminicídio na região. Ainda conforme o levantamento do Pioneiro, março é o segundo mês com menos assassinatos, com 14 casos.
O município com maior número de homicídios em novembro é Vacaria, com seis casos, todos em um período de 15 dias. Do total, cinco foram execuções com tiros. Em segundo lugar aparece Caxias, com quatro mortes violentas, sendo uma em confronto policial. Veranópolis e Gramado fecharam o mês com uma morte cada. Os demais municípios da região não registraram assassinatos.
O único feminicídio na Serra em novembro foi o de Ingrid Daiane da Silva Borges, 25 anos, assassinada com 20 facadas, em Farroupilha.
Nos meses anteriores de 2023, janeiro é o que concentrou o maior número de mortes violentas (32), o que representa uma redução de 59,3% em comparação com novembro. Em setembro foram 27 mortes, enquanto fevereiro (26) e julho (25) vêm na sequência. Outubro registrou 23 mortes violentas, enquanto abril teve 21. Em maio foram 19, agosto teve 18 e junho, 17.
Segundo o comandante do Comando Regional do Policiamento Ostensivo da Serra, Márcio Luz, os números de novembro são resultado de uma intensificação em ações, principalmente de operações integradas com a Polícia Civil e uma maior aproximação com a Vara de Execução Criminal.
— O início do ano acendeu uma luz vermelha e então intensificamos nosso trabalho. Por exemplo, fizemos a Operação Cárcere, em Caxias, que é prender indivíduos que estão com mandado de prisão expedido. Também estamos, ano a ano, apreendendo mais armas. Quanto menos armas, teremos menos homicídios — destaca Luz.
No Estado
No Rio Grande do Sul, também houve redução nos homicídios e nos feminicídios. Em novembro, foram 123 homicídios no Estado — 32 a menos do que no mesmo período de 2022, o que representa uma queda de 20,6%. O combate às facções criminosas, que estão por trás da maior parte dos homicídios, é um dos pontos elencados como essencial para a diminuição. Levantamento realizado este ano pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) indicou que 80% dos assassinatos em Porto Alegre acontecem nesse contexto do crime organizado.
— Em sinergia com as forças de segurança, a Polícia Civil intensificou as operações de combate ao crime organizado, enfraquecendo e desmantelando quadrilhas — afirma o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré.
O número de mulheres assassinadas também caiu. Em novembro, foram seis, enquanto no mesmo período de 2022 tinham sido 10, uma diminuição de 40%. Entre as estratégias empregadas para a redução está o projeto de monitoramento de agressores, por meio de tornozeleiras eletrônicas. Atualmente, segundo a SSP, 73 homens são monitorados no Estado.
Dos 497 municípios gaúchos, segundo a SSP, 251, ou seja 50,5%, não registraram, entre janeiro e novembro nenhuma morte violenta. No ano passado, de janeiro a dezembro, 235 municípios estavam nessa situação, ou seja 47,2%.