O delegado Caio Marcio Fernandes, titular da Delegacia de Homicídios de Caxias do Sul, afirma que o desentendimento que resultou na morte de Henriqui Holanda dos Santos, 21 anos, foi "genérico e ocorrido no local". O crime aconteceu na madrugada de quarta-feira (20), na área externa dos Pavilhões da Festa da Uva. A Polícia Civil apurou que o grupo se desentendeu, em um primeiro momento, dentro do parque, durante os Festejos Farroupilhas. Porém, na saída, ocorreu um segundo encontro, gerando os crimes. Além da morte de Santos, com um golpe de faca no peito, outras três pessoas ficaram feridas, sem gravidade.
— Com a prisão dos dois suspeitos, em princípio o caso está esclarecido. Vamos verificar algumas oitivas (depoimentos) complementares e outras câmeras de monitoramento — esclarece o delegado responsável pela investigação.
Os dois suspeitos presos têm 23 e 27 anos. Eles foram detidos na manhã de quarta, na Avenida Dr. Mário Lopes, no bairro Centenário, e na Rua Pedro Viezzer, no bairro Presidente Vargas, em Caxias. De acordo com a Brigada Militar, o suspeito de 23 anos tem passagem na polícia por porte/posse ilegal de arma de fogo, ameaça, homicídio, roubo a estabelecimento comercial, dano e lesão corporal. Com ele, foram apreendidos uma arma de fogo, entorpecentes, uma balança de precisão, dinheiro e dois celulares. O de 27 tem passagens por tráfico de entorpecentes e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor.
"Não há como controlar o público que entra", afirma coordenador da 25ª Região Tradicionalista
O coordenador da 25ª Região Tradicionalista (25ª RT), Rodrigo Ramos, lamentou a morte de Santos e também a briga ocorrida no sábado anterior (16), ambas durante os Festejos Farroupilhas. No desentendimento de sábado passado, um grupo de pessoas gerou uma confusão no Pavilhão 1, o que fez com que, no domingo à tarde, a organização realizasse uma reunião com a empresa de segurança privada e solicitasse reforço na quantidade de profissionais e ações de fiscalização.
Além disso, a 25ª RT e a Brigada Militar (BM) se reuniram também no início da semana. Neste encontro, foram estabelecidas estratégias para que a instituição complementasse a segurança no horário de saída dos shows e na segurança geral do evento. Apesar da complementação dessas medidas, segundo Ramos, há situações que não podem ser controladas pela organização:
— Não tem como a gente selecionar quem entra. É um evento público, não sabemos se eles estavam dentro dos pavilhões, eles estavam saindo a pé. Não tem como controlar, não tem como prever se eles já não tinham a intenção de ocasionar confusão.
Os festejos seguem até domingo. O coordenador da 25ª RT reforça que, até lá, Brigada Militar e organização, além da segurança contratada, continuarão atuando para garantir a ordem dentro do parque.