Está marcada para as 14h desta quinta-feira (11) uma reunião entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação e representantes do Frigorífico JBS, em Caxias do Sul, para tratar da morte de um homem no vestiário da empresa na última terça-feira (9). O encontro ocorre na unidade de Ana Rech, onde Edgar Oliveros Acosta, 37 anos, foi achado sem vida.
A reunião desta quinta, segundo o gerente do escritório regional do MTE de Caxias do Sul, Vanius Corte, pretende compreender duas situações:
— Ainda aguardamos o laudo necroscópico, mas queremos entender se a morte teve relação com o serviço prestado pelo funcionário. Se for caracterizada como acidente de trabalho, a investigação muda de rumo. Outra situação que estamos apurando é a reclamação dos funcionários sobre a falta de atendimento médico dentro da empresa.
Ainda de acordo com Vanius, do encontro desta quinta-feira devem sair propostas de medidas para que situações como essa não voltem a ocorrer.
— Mesmo que não seja comprovada a negligência, queremos uma transparência em relação ao que houve e como os funcionários são atendidos quando se sentem mal — afirma Corte.
A JBS nega que Acosta tenha pedido ajuda na enfermaria da empresa antes de morrer. Ao Pioneiro, na quarta (10), assessores de imprensa da JBS e a técnica de enfermagem Gabriela de Oliveira Marques afirmaram que, no dia da morte, um funcionário chegou na enfermaria por volta das 12h30min informando que havia um homem passando mal no banheiro e "não sabia se ele já não estava morto".
A morte de Acosta está sendo investigada pela Polícia Civil. De acordo com o delegado Rodrigo Duarte, da 1ª Delegacia de Polícia de Caxias, um inquérito já foi instaurado, mas a causa da morte de Acosta só poderá ser confirmada com o laudo necroscópico, que não tem data para ser entregue. O diretor do Instituto-Geral de Perícias (IGP) em Caxias, Airton Kraemer, afirmou que a causa da morte é indeterminada até o momento e que a equipe aguarda o exame anatomopatológico no coração para verificação de infarto agudo do miocárdio, que pode ficar pronto em até 90 dias. O diretor adiantou que "o importante é que não se trata de uma morte violenta".