A investigação inicial da morte de Eloá Lopes Soares, 61 anos, ficará com a 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Caxias do Sul. No último dia 26, Eloá, que estava internada no Hospital São José, em Antônio Prado, precisou de uma transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Caxias do Sul, para um tratamento cardiológico. Durante a remoção, feita pela empresa Resgate Sul, ainda no hospital, Eloá teria caído da maca e batido a cabeça. Ela morreu no dia 29 de abril, quando o Posto Médico Legal (PML) de Caxias atestou a causa da morte por traumatismo craniano. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Segundo o titular da 1ª DP, delegado Vitor Carnauba, como a morte ocorreu em Caxias, a instauração do inquérito para investigar o caso fica no município do falecimento. Carnauba aguarda pela necropsia, que deve sair nos próximos dias, e deve ouvir testemunhas ainda esta semana. Inicialmente, o plantão da Polícia Civil de Caxias, que atendeu a ocorrência e solicitou a necropsia, informou que o caso seguiria para a delegada Suelen Breda Panizzon, titular da delegacia de Antônio Prado.
— Após a análise do caso, caso se confirme que a morte se deu por fatos acontecidos em Antônio Prado, encaminharemos o caso para aquela comarca — explica o delegado.
A queda
No dia do acidente, os parentes aguardavam pela paciente no Hospital Virvi Ramos, em Caxias, onde ela seria internada na UTI para tratamento de um problema cardíaco. Logo após ter chegado no Virvi, Eloá foi encaminhada para uma cirurgia de urgência por causa de uma lesão na cabeça. Ela acabou não resistindo e morreu dias depois. Por ter o precedente da queda, o atestado de óbito ficou sob responsabilidade do PML de Caxias e o caso foi registrado na Polícia Civil da mesma cidade pela família.
Conforme o diretor administrativo do Hospital São José, Diógenes Krohn Weber, a queda foi presenciada pela equipe de enfermagem da instituição e por familiares de Eloá — duas irmãs que estavam no quarto no momento. Weber diz que, segundo relatos de colaboradores, a maca de transporte apresentou falha no travamento. O equipamento acabou cedendo, a paciente caiu e bateu a cabeça na lateral de uma cama.
— A equipe de enfermagem do hospital prestou os primeiros atendimentos fazendo curativo e providenciou uma maca do próprio Hospital São José para que pudesse a paciente ser removida do quarto e transportada até a ambulância da Resgate Sul — informa o diretor.
Em nota, a prefeitura de Antônio Prado afirmou que, em função da necessidade da transferência, o município comprou um leito privado no Virvi Ramos. Antes disso, teria tentado diversos contatos com a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, acionando depois, diretamente, nove hospitais em busca de uma vaga.
— Mesmo com medida judicial determinando a destinação de um leito à paciente, diante da indisponibilidade de vaga pelo Estado, a prefeitura de Antônio Prado comprou um leito privado no Hospital Virvi Ramos, de Caxias do Sul, para garantir o atendimento. Na última quarta-feira (26), ela foi transferida. Como o caso requeria uma ambulância especializada, a prefeitura acionou a empresa Resgate Sul, reconhecida por seus serviços na região e que possui contrato de licitação com o município desde outubro de 2022 — acrescenta a nota.
Por meio do advogado da empresa, a Resgate Sul afirmou que "não irá se manifestar sobre o caso até que todos os fatos sejam devidamente e minunciosamente apurados".