A família de Eloá Lopes Soares, 61 anos, busca respostas para entender o que aconteceu com a idosa. Na quarta-feira (26), Eloá, que estava internada no Hospital São José, em Antônio Prado, precisou de uma transferência para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Caxias do Sul, para um tratamento cardiológico. Durante a remoção, feita pela empresa Resgate Sul, ainda no hospital, Eloá teria caído da maca, batendo a cabeça. Ela morreu no sábado (29), quando o Posto Médico Legal (PML) de Caxias atestou a causa da morte por traumatismo craniano. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
No dia do acidente, os parentes aguardavam a paciente no Hospital Virvi Ramos, em Caxias, onde ela seria internada na UTI para tratamento de um problema cardíaco. Logo após ter chegado no Virvi, Eloá foi encaminhada para uma cirurgia de urgência por causa de uma lesão na cabeça. Eloá acabou não resistindo e morreu no sábado. Por ter o precedente da queda, o atestado de óbito ficou sob responsabilidade do PML de Caxias e o caso foi registrado na Polícia Civil da mesma cidade pela família.
A ocorrência foi atendida pela delegada plantonista, Alessandra Xavier, que ouviu a família e solicitou a necropsia. Alessandra explica que, como a queda ocorreu em Antônio Prado, a DP de lá ficará responsável pelo caso. Titular na Polícia Civil pradense, a delegada Suelen Breda Panizzon não tinha conhecimento do caso até a tarde de quarta (3).
Conforme o diretor administrativo do Hospital São José, Diógenes Krohn Weber, a queda foi presenciada pela equipe de enfermagem da instituição e por familiares de Eloá - duas irmãs que estavam no quarto no momento. Weber diz que, segundo relatos de colaboradores, a maca de transporte apresentou falha no travamento. O equipamento acabou cedendo, a paciente caiu e bateu a cabeça na lateral de uma cama.
— A equipe de enfermagem do hospital prestou os primeiros atendimentos fazendo curativo e providenciou uma maca do próprio Hospital São José para que pudesse a paciente ser removida do quarto e transportada até a ambulância da Resgate Sul — informa o diretor.
Em nota, a prefeitura de Antônio Prado afirmou que, em função da necessidade da transferência, o município comprou um leito privado no Virvi Ramos. Antes disso, teria tentado diversos contatos com a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde, acionando depois, diretamente, nove hospitais em busca de uma vaga.
— Mesmo com medida judicial determinando a destinação de um leito à paciente, diante da indisponibilidade de vaga pelo Estado, a prefeitura de Antônio Prado comprou um leito privado no Hospital Virvi Ramos, de Caxias do Sul, para garantir o atendimento. Na última quarta-feira (26), ela foi transferida. Como o caso requeria uma ambulância especializada, a prefeitura acionou a empresa Resgate Sul, reconhecida por seus serviços na região e que possui contrato de licitação com o município desde outubro de 2022 — acrescenta a nota.
Contraponto
Por meio do advogado da empresa, a Resgate Sul afirmou que "não irá se manifestar sobre o caso até que todos os fatos sejam devidamente e minunciosamente apurados".