Dois grupos familiares, de Caxias do Sul e São Paulo, são os principais alvos da Operação Gauteng, que cumpriu 59 mandados de busca e apreensão em 18 municípios de quatro Estados — Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo — nesta terça-feira (16). Eles são suspeitos, segundo a investigação, de fraudar, desde 2018, R$ 4 bilhões em transações com ouro, metais e sucatas. Ao todo, de acordo com a Receita Federal, o grupo emitiu 500 mil notas falsas.
O grupo atuava no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Em Caxias do Sul, a operação cumpriu 16 mandados em empresas nos bairros Distrito Industrial, Kayser e Desvio Rizzo. Foram cumpridos mandados também em Bento Gonçalves e Porto Alegre.
— O principal grupo criminoso é de Caxias do Sul. Eles criaram um mercado fictício, em meio ao mercado informal, para não pagar tributos e, assim, aumentar o faturamento — explicou, em coletiva de imprensa em Caxias do Sul nesta manhã, o auditor fiscal da Receita Federal, Marcelo Izaguirre da Silva.
No Rio Grande do Sul, o alvo principal é uma grande empresa de revenda de sucata na Serra, que não teve o nome divulgado. Ela costuma beneficiar resíduos de metais e enviá-los a metalúrgicas de todo o país. A investigação conjunta da Receita e PF aponta que parte das compras ocorre sem nota e parte da revenda é feita com notas forjadas (esquentadas), a partir de um plantel de colaboradores (pessoas físicas) que não têm capacidade para movimentar tanto dinheiro e nem lidam com o metal. São os chamados laranjas, usados para driblar o pagamento de impostos devidos. Na questão do cobre, a suspeita é que grande parte seja oriunda de furto. Já um outro núcleo investigado pela Receita, de São Paulo, trabalha com ouro.
Segundo a Polícia Federal, além dos mandados cumpridos nesta terça-feira, outras empresas com indício de fraude podem ter o sigilo bancário quebrado e serem alvos de novos mandados nas próximas fases da investigação.