O policiamento comunitário tornou-se uma meta do atual comando do 12º Batalhão da Polícia Militar de Caxias do Sul. A requalificação da tropa ostensiva, que hoje conta com centenas de policiais, é uma das ferramentas empregadas para aumentar o relacionamento entre a Brigada Militar (BM) e a comunidade local. Desde o começo do ano houve um reforço de capitães e sargentos para ampliar a segurança interna e externa.
A tropa de Caxias, segundo o comandante do 12º BPM, tenente-coronel Ricardo Moreira de Vargas, é bastante jovem. Cerca de 34% dos policiais têm menos de cinco anos de carreira. Dentro da hierarquia da Polícia Militar a nível nacional, inicia-se com soldado, passando a 2º e 1º sargento. Depois disso, 1º tenente, capitão, major, tenente-coronel e, por fim, coronel.
Até o ano passado, segundo dados da BM, o número de oficiais era abaixo do adequado, situação que impedia um contato mais próximo entre a polícia e as lideranças comunitárias. Em 2022, por exemplo, havia apenas dois capitães. Este ano, o número subiu para sete. O cargo é direcionado para a coordenação e planejamento de ações.
— O capitão empregado dentro do Estado trabalha na retaguarda, com logística, planejamento estratégico, comanda as companhias territoriais. A figura do capitão é comandar desde a escala de serviço até cobrando posturas adequadas — explica Vargas.
Ainda em 2022, na área de Caxias, apenas cinco sargentos estavam disponíveis. Segundo dados da BM, houve duas levas de formação, permitindo a chegada de 21 novos policiais formados neste cargo só em 2023. Atualmente, 35 sargentos estão nas ruas de Caxias, sendo a maioria graduado como 2º sargento, além de oito policiais que estão de férias ou cedidos para outros batalhões, totalizando 43 pessoas no cargo.
— O sargento tem atividades mais ostensivas, está ao lado dos soldados na rua, empregando a força quando necessário, dando orientações de como agir em ocorrências mais complexas. Ele serve como um primeiro apoio — comenta Vargas.
A complementação da carreira policial não reflete apenas na tropa, segundo Vargas. Ela traz maior segurança aos moradores do município. O efetivo estando na rua, em contato com a comunidade, atendendo ocorrências diariamente ou apenas patrulhando leva o policial a tornar-se uma pessoa conhecida e confiável.
Liderança comunitária aprova policiamento mais próximo dos moradores
O presidente da União das Associações de Bairros (UAB), Valdir Walter, comemorou o retorno do policiamento comunitário às ruas. Segundo ele, há cerca de 20 dias ele participou de uma reunião com o comandante para falar desta aproximação entre a comunidade e os policiais.
— O policiamento comunitário, com certeza, deu certo em Caxias do Sul, nos trouxe paz e tranquilidade. Porém, desandou nos últimos anos — comenta Valdir.
Uma das sugestões dadas pela UAB, segundo o presidente, é que haja um projeto piloto em Vila Cristina e Galópolis, por exemplo, regiões mais afastadas da área central, para que o policial more nestas localidades. Na visão de Walter, o vínculo criado entre os moradores é de suma importância e traz segurança a todos.
A BM está conversando com os presidentes das Associações de Moradores de Bairros (Amobs) para que tragam as questões relevantes da comunidade. Além de encontros mais diretos no dia a dia, os sargentos nas ruas recebem esse contato com o líder ou um morador com a demanda. Depois, a repassa ao superior para que ações estratégicas possam ser pensadas para suprir aquela necessidade.
— Policial na rua é sinal de segurança. Estamos reforçando rondas com cães, motos e policiamento montado, pois se a polícia é ostensiva ela tem que estar na rua — reforça Ricardo Vargas.