Jeferson Xavier da Silveira foi condenado a 12 anos e oito meses de prisão pelo crime de homicídio qualificado e a três meses e 15 dias de detenção por lesão corporal. A decisão ocorreu nesta segunda-feira (20), na 1ª Vara Criminal de Caxias do Sul. O homem matou a santa-mariense Nayara Medeiros Mello, 20 anos, em outubro de 2019. Na ocasião, Silveira sufocou a jovem em uma moradia próxima à rodoviária e fez outra de refém com uma faca. A segunda vítima entrou em luta corporal com o assassino e acabou ferida.
O advogado da Defensoria Pública, Claudio Luis Covati, que representou o réu, afirmou que irá recorrer da decisão para tentar diminuir a pena. Silveira está detido desde agosto de 2020 em Canguçu, no Sul do Estado. De acordo com o promotor de Justiça Leonardo Giardin de Souza, o Ministério Público (MP) não vai recorrer porque "o júri acolheu integralmente a tese do MP e o juiz aplicou a pena de maneira adequada".
Asfixia decorrente de sufocação indireta
Conforme informou o promotor, na sessão desta segunda-feira o réu confessou ter cometido o crime, mas afirmou que não teve a intenção de matar a jovem. Os laudos da necropsia apontaram que Nayara foi morta por asfixia decorrente de sufocação indireta. A jovem sofreu uma pressão contra o tórax e abdômen e morreu.
Inicialmente, o caso estava sendo tratado como feminicídio, o que foi descartado após o juiz, que admitiu a acusação, entender que o assassinato não foi cometido com "desprezo contra a mulher". O MP chegou a recorrer, mas o tribunal não acolheu o recurso e o crime passou a ser tratado como homicídio qualificado por meio cruel. No caso da segunda jovem, a tentativa de feminicídio também foi descartada.
Morta em um cômodo
Nayara foi morta por Jeferson em uma casa na Rua Vinte de Setembro, no centro de Caxias. A vítima chegou de Santa Maria na sexta-feira, dia 18 de outubro de 2019, e se hospedou no local com outras três jovens.
Segundo o boletim de ocorrência da época, o homem chegou ao local por volta das 17h, pediu para conversar com Nayara e os dois foram para um quarto. Cerca de uma hora depois, Jeferson saiu e perguntou para a outra jovem onde ficava o banheiro. Nesse momento, rendeu a segunda vítima com uma faca e a arrastou até o cômodo onde estava o corpo de Nayara. Jeferson e a jovem, que não teve a identidade divulgada, iniciaram luta corporal e as demais testemunhas começaram a gritar por socorro. Diante disso, o homem fugiu, deixando a segunda vítima com ferimentos leves.
O corpo de Nayara foi encontrado sem sinais visíveis de ferimentos e não foram achados objetos que pudessem ter sido usados para matar a jovem. Conforme o advogado da Defensoria Pública, "não há nenhuma informação no processo a respeito de qualquer relação afetiva entre eles".
Jeferson foi encontrado algumas semanas depois do crime, por meio de informações sobre ele e imagens de câmeras de segurança. Entretanto, só foi declarada a prisão preventiva em agosto de 2020.