O jovem de 28 anos que jogou a filha de cinco meses da janela do 1º andar de um apartamento, no bairro Cidade Nova, em Caxias do Sul, foi indiciado por tentativa de homicídio. O inquérito foi encaminhado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) à Justiça na ultima sexta-feira (14). Ele já havia sido autuado em flagrante no apartamento onde morava, no dia 6, quando ocorreu o crime.
Depois de jogar a menina, ele pulou da mesma janela e machucou o braço em uma grade. O homem estava hospitalizado sob custódia da polícia, mas teve alta no dia 8 e foi levado à Penitenciária Estadual de Caxias do Sul (Pecs), no Apanhador. A bebê foi salva sem ferimentos graves por uma jovem de 18 anos, que é irmã de uma moradora do condomínio.
Conforme a delegada Thalita Andrich, responsável pelo caso, o homem já prestou depoimento, mas ela prefere não mencionar detalhes do que o pai disse à polícia. Ela explica que, com base nos depoimentos de testemunhas, nos prontuários médicos da menina e demais perícias e documentos, há elementos suficientes para se manter o indiciamento por tentativa de homicídio:
— Ele foi autuado por tentativa de homicídio e, no decorrer do inquérito, constatamos que havia elementos suficientes para manter esse indiciamento, que foi feito no momento da lavratura em flagrante.
O laudo pericial apontou que a bebê jogada pela janela tinha diversas lesões pelo corpo anteriores à queda, mas provavelmente daquele mesmo dia, segundo a delegada. A mãe da menina foi localizada e também prestou depoimento à polícia. Segundo ela, o casal havia se separado há aproximadamente um mês e a criança ficou o pai. Segundo a avó paterna da menina, em relato à delegada, a criança morava com ela desde recém- nascida.
A bebê foi acolhida em uma casa-lar no dia 11. O caso corre em segredo de Justiça, por isso o Ministério Público não confirma se ela segue em acolhimento institucional.
A 4ª Promotoria Especializada da Infância e Juventude de Caxias já havia sinalizado que iria ajuizar ação para aplicação de medidas de proteção à criança. A medida inicial foi encaminhar a bebê para o acolhimento institucional. Agora, familiares da menina vão passar por uma avaliação psicossocial para ver se estão aptos a cuidar dela. Este procedimento é o mesmo adotado em outros casos em que há risco às crianças ou aos adolescentes.