A bebê de cinco meses jogada pelo pai da janela do 1º andar de um prédio, no dia 6 de outubro, no bairro Cidade Nova, em Caxias do Sul, foi acolhida em uma casa-lar na última terça-feira (11). A menina foi internada em um hospital da cidade depois de ser salva por uma jovem de 18 anos que conseguiu conversar com o homem, que parecia estar em surto, e pegar a bebê sem que ela tivesse ferimentos graves ou até mesmo morresse ao cair sobre uma grade de ferro. Essa grade fica bem embaixo da janela onde o pai segurava a menina pelos braços – com o corpo para fora – e segundo relatos de testemunhas ameaçava a todo momento atirar a criança. Entre a janela e o chão são cerca de três a quatro metros.
O caso corre em segredo de Justiça, mas a 4ª Promotoria Especializada da Infância e Juventude de Caxias já havia sinalizado que iria ajuizar ação para aplicação de medidas de proteção à criança. A medida inicial foi encaminhar a bebê para o acolhimento institucional. Agora, familiares da menina vão passar por uma avaliação psicossocial para ver se estão aptos a cuidar dela. Este procedimento é o mesmo adotado em outros casos em que há risco às crianças ou aos adolescentes.
O pai da menina teve alta hospitalar e foi encaminhado ao sistema prisional no último sábado (8). Ele machucou o braço porque, após jogar a filha, pulou da janela e ficou preso na grade. O homem já foi interrogado, mas a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Thalita Andrich, prefere não mencionar detalhes do depoimento.
A delegada ressalta que já foram ouvidas algumas pessoas relacionadas à família. Ela destaca que recebeu um prontuário médico e um laudo pericial, mas está à espera de outros dois documentos. A bebê tinha diversas lesões pelo corpo anteriores à queda, mas provavelmente daquele mesmo dia, segundo a delegada.
— A mãe foi localizada, e foi ouvida também. Eles haviam se separado aproximadamente há um mês e a criança ficou o pai. Segundo a avó, a criança já mora com ela desde recém nascida — destaca.
Vizinhos do pai da menina relatam que o jovem é usuário de drogas e, em outras ocasiões, já teve surtos semelhantes e quebrava os móveis dentro de casa. Ele mora no prédio há 10 anos, mas havia se mudado para morar com a mãe da menina. O relacionamento acabou e ele voltou a morar com a mãe dele e a filha, sem a companheira.