Foram condenados à prisão em regime fechado os três homens que mataram o professor Vinícius Ferreira da Silva Gatelli, 25 anos. A sentença foi assinada pelo juiz Silvio Viezzer após julgamento realizado nesta quarta-feira (13), no plenário do Fórum de Caxias do Sul. Jonatan Gonçalves da Rosa, 33, o Nino, foi condenado a 17 anos de prisão; Rafael da Silva Manica, 26, o Alemãozinho, a 15 anos de prisão; e Leandro Laurindo Martins, 31, conhecido como Pato, recebeu condenação de 13 anos.
Os três foram julgados por homicídio qualificado por promessa de recompensa e recurso que dificultou a defesa da vítima. Contudo, apenas Rosa foi condenado pela qualificadora de promessa de recompensa, o que explica sua pena maior. Dois representantes dos réus manifestaram que irão recorrer da sentença.
O advogado Vitor Hugo Gomes, que representa Martins, afirma que irá recorrer da pena aplicada de 13 anos de prisão. O entendimento é que a sentença deveria ser de pena mínima para homicídio, de 12 anos de reclusão, argumenta que o réu não tinha antecedentes e que os jurados reconheceram apenas uma qualificadora.
Representando Rosa, o advogado Lucas Mohr anunciou que irá recorrer da sentença. Ele argumenta que a decisão se baseou somente em indícios colhidos no inquérito policial e diz que "indícios não são provas". Mohr aponta que os próprios jurados ficaram na dúvida no momento da sentença, pois o resultado da votação ficou em quatro a favor e três contra.
O réu Manica foi representado pelo defensor público Cláudio Luiz Covatti, que diz que também pretende recorrer à pena.
Vinicius Gatelli foi assassinado no dia 3 de maio de 2019, crime que teve repercussão na época. O professor foi encontrado caído embaixo da chamada ponte seca, na lateral da Rua Luiz Covolan, no loteamento Matioda, zona oeste de Caxias. Meia hora antes, ele havia sido visto sacando R$ 1,5 mil em um caixa eletrônico de um posto de combustíveis, no bairro Desvio Rizzo. O dinheiro foi encontrado com a vítima.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o trio, agora condenado, atraiu o professor para uma emboscada por meio de uma conversa em um aplicativo de celular. Eles renderam a vítima e a mataram com seis tiros, deixando o corpo sob a ponte seca.
O júri durou 15 horas e a acusação foi feita pelo promotor Ronaldo Lara Resende. O representante do MP considerou a pena justa e afirma que não irá recorrer.