Amigos e familiares do médico Guilherme de Oliveira Lahm, 34 anos, fizeram uma manifestação pedindo justiça na manhã deste sábado (21). Cerca de 30 pessoas se reuniram no bairro Rio Branco, em Caxias do Sul, onde o médico foi assassinado, e fizeram interrupções no trânsito. O crime completará 60 dias na próxima semana e segue sem respostas.
A manifestação aconteceu na Rua General Mallet, quase esquina com a Germano Parolini. Amigos e familiares começaram a se reunir às 9h, mas só trancaram o tráfego a partir das 10h30min. Com faixas, apitos e gritos de Justiça, o grupo protestava em frente aos carros em intervalos de alguns minutos para não gerar congestionamento. A manifestação foi acompanhada pela Fiscalização de Trânsito.
— Estamos em busca de justiça, somente isso. Irá completar 60 dias e ainda não sabemos quem matou e porque matou o Guilherme. Queremos respostas. Estamos chamando a atenção porque a família toda está sofrendo. Esse caso não pode ser esquecido — afirma Edson Almeida, 56 anos, que é primo da vítima e foi um organizadores da manifestação.
Os familiares prometem realizar novas manifestações até o homicídio ser esclarecido. O caso segue em investigação pela Delegacia de Homicídios, que afirma estar concentrada em identificar a motivação e autoria do crime, mas que não comenta detalhes para não atrapalhar as diligências.
Relembre o crime
Lahm foi assassinado na calçada em frente à casa da mãe dele na noite de 27 de março. Naquela noite, ele tinha ido a um show e voltou para buscar os dois filhos na casa mãe. As crianças, de um e três anos, já haviam embarcado no carro, junto com a esposa do médico, quando um homem com capuz apareceu.
O criminoso chegou a pé vindo da Rua Germano Parolini, para onde estava virada a traseira da Ranger vermelha do médico. Ele passou pela irmã de Lahm e efetuou dois disparos para cima. Depois, atirou contra o médico, atingindo-o no peito e ombro esquerdo.
Para a Polícia Civil, os tiros para o alto são vistos como uma forma de alerta para que as outras pessoas se afastassem de Lahm, ou seja, para não ferir mais ninguém além do alvo. As características do crime apontam para um assassinato encomendado. A dinâmica leva a crer que o autor tinha informações sobre a rotina do médico.
A investigação também sabe que o atirador não agiu sozinho. Pelos menos mais dois homens deram cobertura ao assassino. As imagens de câmeras do bairro Rio Branco apontaram o modelo do carro que foi utilizado pelos criminosos para chegar e fugir do local. No entanto, esse veículo ainda não foi localizado.
Referente às ameaças e perseguições que o médico estaria sofrendo desde o início do ano, a Delegacia de Homicídio informa que não havia boletim de ocorrência sobre o fato, mas que os relatos também são investigados.