Agentes da Polícia Federal (PF) estão nas ruas de cidades em seis Estados para cumprir mandados na segunda fase da operação Pesca Urbana, que investiga furtos contra a Caixa Econômica Federal (CEF) e de outras instituições financeiras. As investigações tiveram início em Caxias do Sul e miram uma quadrilha especializada em subtrair dinheiro de terminais de autoatendimento. Ao longo das apurações, policiais de outras regiões do país acabaram envolvidos devido ao alcance do grupo investigado.
Ao todo, são cumpridos nesta quarta-feira (10) 18 mandados de prisão preventiva e 34 mandados de busca e apreensão, além de bloqueios de bens. As prisões ocorrem na cidade de São Paulo, três em Florianópolis (SC), duas em Aracaju (SE), duas em Cariacica (ES), uma em Três Lagoas (MS) e uma em Vitória da Conquista (BA). Já os mandados de busca e apreensão são cumpridos na cidade de São Paulo, em 33 endereços, e em Atibaia (SP). Os nomes dos alvos dos mandados não foram divulgados.
As investigações começaram em janeiro, após ataques contra nove agências na Serra. Na sequência, o mesmo grupo efetuou furtos a caixas eletrônicos da Região Metropolitana de Porto Alegre e do Litoral. As apurações resultaram na primeira fase da Pesca Urbana, deflagrada em abril.
Segundo a PF, após a operação, o grupo criminoso seguiu com ataques a agências da Caixa na região de Porto Alegre e do Litoral gaúcho, além dos demais estados. Para se ter uma ideia, somente em 2021, 545 ocorrências ligadas à organização foram registradas em unidades da corporação em todo o país.
— Eles colocam um dispositivo por dentro do caixa eletrônico, uma espécie de régua com um adesivo na ponta e retiram os envelopes — explica o delegado Claudino Sebaldo Alves de Oliveira, chefe da delegacia da PF de Caxias do Sul.
O objetivo da segunda fase, deflagrada nesta quarta, é a prisão de integrantes da quadrilha e a apreensão de novas provas, além de bens adquiridos com o dinheiro dos crimes. A partir disso, também será possível ressarcir prejuízos causados pela organização. Conforme Oliveira, o grupo tem sede em São Paulo, mas conta com membros em todo o país, além de integrantes que viajam por diversas regiões cometendo os crimes.
Ao longo das investigações, 49 pessoas chegaram a ser presas em flagrante por furto. Parte das prisões ocorreram nos municípios paulistas de Sorocaba, Americana e Alumínio, além de Vitória da Conquista, na Bahia, e Igarassu e Recife, em Pernambuco.
Os investigados responderão pelos crimes de furto qualificado e organização criminosa, entre outras práticas que possam ser identificadas ao longo das investigações. O nome da operação faz referência ao sistema utilizado pelo grupo para retirar envelopes com dinheiro que haviam sido depositados nos caixas eletrônicos.