A Polícia Civil ampliou as áreas de buscas por Daniele dos Santos Camargo, 23 anos, que está desaparecida desde o dia 4 de agosto em Serafina Corrêa. A investigação encontrou imagens que mostram o automóvel do ex-companheiro indo em direção aos municípios de Nova Bassano e Nova Araçá. Na manhã desta quarta-feira (18), policiais, bombeiros e voluntários fazem buscas com apoio de barcos no Rio Carreiro.
Na terça-feira (17), um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou vestígios de sangue humano no porta-malas do carro do suspeito. Agora, a Polícia Civil coleta material genético com familiares para possibilitar a comparação e confirmar que o sangue é de Daniele. A prova técnica reforça a tese de um feminicídio.
— O IGP tem dado prioridade para esta situação, tanto que este laudo (que detectou o sangue) veio bem rápido. Ainda depende da coleta feita nos familiares, o que já estamos providenciando, mas esperamos ter uma resposta nos próximos dias — comenta o delegado Tiago Lopes de Albuquerque, que é titular em Guaporé e substituto em Serafina Corrêa.
O ex-companheiro de Daniele é um homem de 40 anos que está preso desde o dia 6 de agosto. A nova imagem colhida pela investigação esclareceu mais uma divergência no depoimento do suspeito.
— Todos os nossos esforços nos últimos dias foram para encontrar a vítima. O próximo passo é formalizar todas esta provas que colhemos. A prisão temporária está decretada até início de setembro e pretendemos concluir o inquérito neste prazo. Ao que tudo indica, iremos representar pela prisão preventiva (do ex-companheiro). O encontro deste sangue (no veículo), confirmando ser da Daniele, é uma prova robusta para o inquérito policial — salienta o delegado Albuquerque.
Ex-companheiro mudou depoimento
Daniele trabalhava no período noturno em uma indústria alimentícia. Após terminar o expediente, no última dia 4 de agosto, a jovem foi a uma academia e depois encontrou uma amiga em uma padaria. Ela deixou o local pouco depois das 7h30min e caminhou em direção da casa onde morava com os pais e a irmã. Ela nunca chegou na moradia da família.
Imagens de câmeras de monitoramento mostram Daniele embarcando, de forma espontânea, no carro do ex-companheiro. Segundo a Polícia Civil, o homem de 40 anos esperou por cerca de 40 minutos até a chegada da jovem. Na sequência, o automóvel é flagrado por outras câmeras indo e voltando da localidade de Morro do Cristo.
À Polícia Civil, o homem negou ter encontrado Daniele no dia do desaparecimento. Confrontado com as imagens, ele mudou a versão e admitiu uma conversa. Ele disse que deixou a jovem próximo de sua residência, mas os investigadores não encontraram uma imagem que pudesse confirmar esta alegação. O ex-companheiro foi preso temporariamente na noite do dia 6 de agosto.
Segundo a Polícia Civil, Daniele e o investigado tiveram um relacionamento por mais de um ano. Eles chegaram a morar juntos por um período, mas já estavam separados. Segundo o delegado Alburquerque, a família fala em dois meses do rompimento, mas as conversações apontam para pouco mais de um mês. A maioria das mensagens era do homem tentando retomar o relacionamento.
A família também relata que o homem já teria agredido Daniele, contudo este fato não foi relatado à polícia na época. Nos depoimentos, o suspeito foi descrito como controlador e ciumento.