O vereador de Caxias do Sul Wagner Petrini, o Muleke, eleito no ano passado, e o empresário Guilherme Manchini, conhecido como Avatar, foram detidos na madrugada deste sábado (10) em Caxias. Eles foram conduzidos à delegacia depois de promoverem uma festa com mais de 250 pessoas sem máscara, segundo informações repassadas pela Brigada Militar (BM). A polícia confirma que os dois se identificaram como organizadores do evento que ocorria em um bar na Rua Wilson Drago Fantinel, no bairro Cidade Nova.
Ainda de acordo com a polícia, a BM recebeu denúncias durante a noite e foi até o local para verificar por volta das 2h30min. No bar, estavam, segundo a polícia, 250 pessoas sem máscara, que deixaram o estabelecimento ao verem os policiais. Na frente do local também havia grupos aglomerados. O vereador e o empresário foram conduzidos à delegacia para o registro da ocorrência. No plantão, assinaram um termo circunstanciado e vão responder por infração de medida sanitária preventiva.
Na manhã deste sábado, Manchini disse que assumiu a responsabilidade pelo evento. Ele afirma que havia controle no estabelecimento, tanto do número de pessoas como do cumprimento das medidas sanitárias.
— Em nenhum momento teve aglomeração na frente da casa, nada, estava tudo organizado. Eu tenho as imagens da segurança. Na casa de eventos pagamos impostos, IPTU, água e luz. O setor do entretenimento e de eventos está há um ano e meio parado. O que a gente fez foi estender o horário, nisso eu concordo que erramos.
Pelo decreto municipal vigente, 70 pessoas podiam estar no espaço. Manchini ressalta que as regras foram respeitadas:
— Nosso erro foi estender o horário. Havia 70 pessoas. Seguimos o decreto: temos tapetes sanitizantes, o pessoal estava de máscara, tinha álcool gel. Estendemos o horário porque estava tudo correto.
Já o vereador Petrini nega que seja proprietário ou tenha promovido o evento. Ele garante que acionará a Comissão de Segurança da Câmara de Vereadores de Caxias e entrará com pedido de retratação pela Brigada Militar:
— Não sou proprietário e nem organizador dessa festa. Vou usar as minhas atribuições de vereador e entrar com pedido de retratação.
Ele admite que estava no local nesta madrugada, mas afirma que, como defensor do setor de eventos, havia passado em diversas casas noturnas para prestar apoio ao empresários. Ao avistar a BM, disse que "tentou apenas intermediar a situação".
— Eu tentei intermediar a conversa e disse que não podia ser preso, não por ser vereador, mas porque não tinha ligação com o evento. Fui apenas intermediar a conversa. O parlamento foi desrespeitado. Eu sou defensor do setor, vou continuar defendendo as casas noturnas, os pubs, festas e a flexibilização dos decretos — disse no início da tarde deste sábado, por telefone.
Ele ressalta ainda que ele e Manchini foram conduzidos à delegacia, mas não puderam contar a versão de cada um sobre o assunto.