A perícia necroscópica deve determinar a causa da morte de Diego Antônio Tamanho, 35 anos, que morreu durante uma ação do 4º Batalhão de Choque em Caxias do Sul na noite da última quarta-feira (28). Inicialmente, o registro da ocorrência relatou um mal súbito. Brigada Militar (BM) e Polícia Civil instauraram inquéritos para apurar os fatos.
A morte aconteceu durante uma ação do Choque contra o tráfico de drogas no bairro Esplanada. Informações colhidas pelo setor de inteligência apontaram para residências da Rua Atlântida, que seriam utilizadas para fabricação e distribuição de drogas por uma facção.
Durante o flagrante, segundo o relato policial, Tamanho ficou alterado e resistiu à abordagem policial. Foi necessário o uso da força por dois policiais militares para conter e algemar o suspeito. Quando foi colocado em uma cadeira, o homem começou a passar mal.
A ocorrência aponta que os policiais prestaram os primeiros socorros e levaram Tamanho até um hospital, mas ele não resistiu. A causa da morte não foi esclarecida pelos médicos.
— Era uma ação contra o tráfico de drogas. O que teve de atípico foi esta questão, o que não era o desejado pelos policiais. É diferente de uma situação de confronto, com o uso de arma de fogo, em que os policiais utilizam o armamento letal para defesa. Ali, não foi este o objetivo, mas foi este resultado — aponta o capitão Amilton Turra, subcomandante do 4º Batalhão de Choque.
Como é padrão em ocorrências com morte, um inquérito foi instaurado junto ao comando estadual do Comando de Polícia Choque, que tem sede em Porto Alegre. Nos próximos dias, um oficial da BM será encarregado para dar andamento ao inquérito.
Na Polícia Civil, o caso foi registrado como morte súbita e repassada a Delegacia de Homicídios. O delegado Caio Márcio Fernandes afirma que é preciso aguardar laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) para tratar a relação das condutas com os resultados.
— Iremos apurar com calma qual foi a causa da morte. O primeiro passo é aguardar este laudo pericial da necropsia. A partir daí, teremos uma linha de investigação e melhor entenderemos o contexto. Ainda não foram ouvidos os policiais e também é respeitado o luto dos familiares — afirma o chefe da Homicídios.
A estimativa é que a necropsia retorne em até 15 dias. A partir daí, haverá um direcionamento para continuar a coleta de provas e busca de depoimentos.
Enquanto um equipe tentava salvar a vítima, os demais agentes do 4º Batalhão de Choque concluíram o flagrante por tráfico de drogas. Nas duas casas suspeitas, os PMs apreenderam mais de 6,8 quilos de cocaína, um revólver calibre .38, R$ 20 mil em espécie, balanças de precisão e um prensa hidráulica.
A Delegacia de Homicídios efetuou os encaminhamentos iniciais da ocorrência, contudo a investigação sobre este tráfico de drogas será repassada a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), que é especializada neste tipo de crime.