Investigadores da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Caxias do Sul vão buscar imagens de câmeras de segurança que ajudem a esclarecer as circunstâncias que levaram à morte de Pietro Colella Palavro. O menino de cinco anos foi atingido por um caminhão no km 68 da RS-122 no dia 2 de fevereiro. O ponto fica próximo ao pardal, entre Caxias e Farroupilha, a cerca de cinco quilômetros da casa onde a criança morava, em Forqueta. O principal objetivo dos policiais é descobrir como a criança se afastou da residência e o que ocorreu no trajeto.
As ocorrências registradas e o depoimento do condutor do caminhão chegaram à DPCA na última terça-feira (2), após passar pelas delegacias de Pronto Atendimento e de Trânsito. Dessa forma, a intenção da delegada Thalita Andrich, é já dar início às buscas pelas imagens. A equipe também já solicitou ao Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) os croquis (desenhos) que detalham o cenário do acidente.
— Acredito que como já faz muito tempo seja um pouco difícil conseguir imagens. Com a bandeira preta também estamos com equipe reduzida, então pode ser que demore um pouco — pondera a delegada.
Os investigadores também buscarão testemunhas que possam ajudar a entender como Pietro chegou sozinho até a rodovia, assim como ouvirão os familiares, que ainda não prestaram depoimento. A delegada não deu detalhes da manifestação do condutor do caminhão por se tratar de investigação envolvendo uma criança.
Um mês após o acidente, os familiares do menino também não conseguiram esclarecer como ele se afastou da casa. Eles conseguiram algumas imagens de câmeras de segurança, mas nem todas as empresas consultadas forneceram. No material obtido, a família não percebeu nada de anormal.
— Ele aparece tranquilo, como brincava aqui perto de casa. A única coisa que a gente não tem são imagens de como ele saiu aqui de Forqueta — revela a mãe, Leonilda Colella, 41 anos.
O acidente
No fim da tarde do dia 2 de fevereiro, Pietro andava de bicicleta na frente de casa, na localidade de Tirol, interior de Forqueta. A rua onde a família mora é pouco movimentada, por isso a diversão era corriqueira e sempre vigiada pelo avô. O menino, contudo, desceu um declive em direção a casa de amigos, ponto que o avô não conseguia observar. Diante da demora da criança em retornar, a família iniciou as buscas.
A mobilização estava em andamento quando souberam do acidente pelo rádio. Ainda assim, não acreditaram que a vítima pudesse ser o menino, já que o local da colisão fica distante da residência. Minutos depois, diante da dúvida, os familiares resolveram comparecer na RS-122 e constataram que Pietro havia sido atingido pelo caminhão. Funcionários de um posto de combustíveis nas proximidades viram o menino passando sozinho pelo pátio do estabelecimento e ficaram surpresos. O acidente ocorreu logo depois e Pietro morreu no hospital.
Informalmente, o condutor do caminhão relatou aos policiais rodoviários que reduzia a velocidade para entrar no posto quando viu a criança e tentou desviar. O homem foi submetido ao teste do etilômetro, que deu negativo para o consumo de bebida alcoólica. O veículo que ele conduzia é de União da Vitória, no Paraná. O ponto exato do acidente não tem iluminação nem construções às margens da via.