Quase cinco anos depois após o crime que chocou a comunidade do bairro Fátima Baixo, em Caxias do Sul, o réu Claudinei Batista de Oliveira, será julgado pelo Tribunal do Júri. Ele é acusado de matar a facadas Simone Maria Almeida da Costa, 40 anos, e a neta dela, Emili Eduarda Costa dos Santos, de dois anos, na madrugada de 29 de novembro de 2015. Durante a investigação e processo, o réu sempre negou envolvimento no duplo homicídio. O júri começou às 9h desta quarta-feira (25).
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O crime aconteceu dentro de uma casa na Rua Henrique Fracasso e foi descoberto na manhã seguinte por um vizinho que acionou a Brigada Militar. Segundo a Polícia Civil, Simone foi assassinada com 20 facadas. A menina foi atacada com 10 facadas e aparentava sinais de degolamento. Um fato que chamou a atenção é que a casa não apresentava sinais de arrombamento, o que levava a crer que a Simone conhecia o assassino. Seis dias depois, Oliveira foi preso e permaneceu recolhido durante os últimos cinco anos.
Oliveira era ex-namorado da filha de Simone e mãe de Emili. Após a desavença no relacionamento, segundo a acusação, ele decidiu matá-las para roubar o dinheiro de uma residência que Simone estava vendendo, pois ela planejava deixar Caxias do Sul e se mudar para Torres. A menina estava na casa da avó porque a mãe estava em uma semana agitada de trabalho.
— Todas as evidências do processo apontam que é ele. Ele tem contradição no álibi também, que não foi provado. Ele procurava por este dinheiro na casa. Ele revirou toda a casa, tinha marca de sangue em gavetas, interruptor de luz e diversos locais. Ele tentou simular um assalto levando roupas e até o cachorro da vítima. Ele matou a criança por medo de ser reconhecido. A menina nunca gostou dele — aponta a advogada Andreia Tavares, que atua como assistente de acusação.
Segundo a denúncia do Ministério Público, a motivação do crime seria que um sentimento de represália do homem que não aceitava o término do relacionamento com a filha de Simone. O assassinato de Simone foi enquadrado como homicídio qualificado e o da menina como um feminicídio.
O réu sempre negou envolvimento no duplo homicídio. A defesa é feita pelos advogados Alex Caldas e Ricardo Cantergi, que afirmam que as provas periciais já apresentadas nos autos desmentem cabalmente a versão acusatória.
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