O julgamento de Juliano Vieira Pimentel de Souza, homem que admitiu à polícia ter estuprado e matado Naiara Soares Gomes, será em Caxias do Sul. Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado negaram o pedido da Defensoria Pública, que representa o réu, para que o júri ocorresse fora da cidade. A solicitação havia sido protocolada no dia 3 de julho e a decisão foi tomada durante sessão na tarde desta quinta-feira.
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Na prática, significa dizer que os desembargadores entenderam que o fato de Souza ser julgado no município onde ocorreram os crimes não traz prejuízo ao réu. Com a decisão, volta a tramitar o processo na 1ª Vara Criminal de Caxias e a sessão do Tribunal do Júri deve ser marcada nos próximos dias. Como a pauta de outubro e novembro já está cheia, é provável que o julgamento ocorra em dezembro. Jurados locais serão selecionados para compor o Conselho de Sentença que vai decidir se Souza é ou não culpado pelos crimes.
Em 9 de março do ano passado, Naiara, à época com 7 anos, desapareceu no trajeto da casa até a Escola Municipal Renato João Cesa, no bairro Esplanada, onde ela estudava. Quinze dias depois, Souza foi preso, confessou os crimes à Polícia Civil e indicou o local onde havia escondido o corpo da vítima – perto da represa do Faxinal. Ele foi indiciado em 5 de abril e denunciado em 11 de maio, pelos crimes de estupro de vulnerável duas vezes, homicídio triplamente qualificado (por asfixia, com recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a impunidade de outro crime), além da ocultação de cadáver. Tese com a qual concordou a juíza que à época conduzia o processo, Milene Froes Dal Bó, em 10 de agosto, ao pronunciar o réu, ou seja, determinar que ele fosse submetido ao Tribunal do Júri.
O processo tramita em segredo de Justiça por se tratar de criança vítima de crime sexual. Em 24 de abril deste ano, a juíza em primeira instância já havia determinado que o júri seria fechado ao público e imprensa, com participação apenas da magistrada, do réu e de seus defensores, dos representantes da Promotoria e da Assistência de Acusação e dos jurados. Essa decisão já era resultado de um pedido da defesa do réu.
Souza segue preso em isolamento na Penitenciária de Canoas (Pecan) 2. Até o momento, a Defensoria Pública do Estado não havia sido intimada da decisão e só se manifestará se irá ou não recorrer depois que isso acontecer.