O Tribunal do Júri de Bom Jesus absolveu o vereador Rafael Oliveira Silveira (PP) da morte da engenheira ambiental Graziela Vieira Pegorini, 34 anos. Ela estava na carona do Gol, conduzido por Oliveira, que colidiu contra um caminhão estacionado na Avenida Silveira de Azevedo, na madrugada de 13 de abril de 2013. Na ocasião, o vereador se negou a fazer o teste do bafômetro e foi preso em flagrante.
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Em sua manifestação, o advogado de defesa, Adelar Velho Varela, apontou que o réu não teve culpa no acidente. O defensor trouxe o depoimento do vereador, de que foi Graziela quem puxou o volante e fez o automóvel subir na calçada. Quando Silveira puxou a direção de volta, o Gol teria derrapado na pista molhada e batido contra o caminhão.
— A tese de defesa é que (o réu) era o motorista, mas não teve culpa. Não teve o dolo eventual que era a sustentação do promotor. Não tinha qualquer indício de prova que ele estava embriagado, qualquer prova técnica. Não são testemunhas que vão dizer — afirma.
Em depoimento à polícia, na ocasião, o parlamentar admitiu que havia ingerido bebida alcoólica antes de dirigir o veículo. Na fase processual, Silveira alegou que bebeu quatro latas de cerveja entre seis amigos. Sobre a Graziela, afirmou que a encontrou na festa em que estavam e, como ninguém mais se ofereceu, aceitou lhe dar carona para São José dos Ausentes. O réu afirmou que a engenheira ambiental estava embrigada.
— Tem diferença entre embriagado e tomar algumas latas de cerveja. A causa do acidente não foi o motorista — garante Varela.
A reportagem tentou contato com o promotor Henrique Rech Neto, que tem base em Lagoa Vermelha e atuou no júri, mas não obteve retorno. O Ministério Público havia denunciado Silveira por homicídio doloso, alegando que o motorista estava embriagado e dirigia em alta velocidade.
Vereador foi condenado por matança de animais
Silveira já havia sido preso pela matança de 126 cães e três gatos entre os meses de dezembro de 2014 até abril de 2015. Na época, ele pagou fiança de R$ 40 mil e voltou à Casa legislativa.
Em maio de 2015, diante da denúncia do Ministério Público, a Câmara de Vereadores de Bom Jesus decidiu não cassar o mandato do vereador do PP. Em janeiro de 2018, Silveira foi condenado a dois anos e dois meses em regime semiaberto.