Um evento de carros customizados e rebaixados realizado no domingo (29) nos pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul, gerou reclamações de moradores e comentários nas redes sociais. Mesmo autorizado pelo Executivo, os organizadores da Expo Show Car serão multados por descumprir protocolos de sanitários de combate ao coronavírus.
Conforme o diretor de fiscalização da prefeitura de Caxias do Sul, Rodrigo Lazzarotto, o encontro automotivo estava autorizado para receber até 1,2 mil pessoas, como prevê o decreto municipal. No entanto, após diversas denúncias, fiscais da prefeitura estiveram nos Pavilhões e observaram o descumprimento de regras como o uso de máscara por parte dos frequentadores e consumo de bebidas e comidas por pessoas em circulação. Nas redes sociais, o evento era divulgado das 8h às 18h, com cobrança de ingresso.
— Além do uso de máscara, exigimos que as pessoas que estivessem consumindo bebida e comida permanecessem sentadas, conforme os protocolos dos restaurantes. Mas não foi cumprido. Acabavam circulando com latinhas e alimentos, sem máscara. Esse foi o maior problema. A questão do som foi relatada, mas acho que é porque os moradores estão um pouco desacostumados com em função da pandemia — explica Lazzarotto.
O diretor de fiscalização explica que, inicialmente, o evento deveria ser multado em R$ 1,8 mil, mas estão sendo analisados outros fatores para que a pena seja mais severa. A sanção não foi aplicada no domingo, de acordo com ele, porque os organizadores do evento automotivo não foram localizados.
— A multa, em relação ao decreto, vai ser aplicada em R$ 1,8 mil, mas vou tentar vincular ao Código de Posturas para ver se há uma punição maior, até para servir como exemplo para quem for organizar eventos daqui para a frente — detalha Lazzarotto.
A presidente da associação de moradores do bairro Vinhedos, Joceli Veadrigo, relata que recebeu reclamações de moradores, principalmente, por conta do barulho e da aglomeração de pessoas sem máscara.
— Recebemos reclamação de barulho, pessoas circulando sem máscara, arruaça que tinha por ali, principalmente, da metade da tarde em diante. Também era muita gente. Os pavilhões sempre foram um problema, quando tinha outros eventos, como rodeio, a gente nem dormia do sábado para o domingo — diz Joceli.
A reportagem do Pioneiro esteve no local na manhã desta segunda-feira e constatou o acúmulo de lixo espalhado nos pavilhões, tanto na parte coberta como na parte externa. Diversas garrafas, copos plásticos e outras embalagens estavam espalhados pelo chão, fora das lixeiras.
Contraponto
A empresa Jamir Eventos se manifestou por meio de nota, por volta de 18h45min desta segunda-feira:
"Fizemos tudo conforme o protocolo exigido pela prefeitura. Aliás, cobraram muito isso. Mas, devido ao tempo ensolarado e muito tempo sem eventos, as pessoas se sentiram como estivessem num parque, como a Lagoa do Rizzo e Jardim Botânico e acabaram não usando as máscaras .
(...) Colocamos placas espalhadas por todo evento obrigando o uso da máscara, álcool gel, placas orientando para manter o distanciamento e uma equipe de quatro pessoas orientando o tempo todo. Mas, economicamente, ajudou muitas pessoas. Só nós, da organização, tínhamos, entre segurança, DJ, porteiro, guichês, stands, mais de 80 pessoas.
Ficamos à disposição e, se houve algum transtorno, pedimos desculpa".