Com mais de 820 mortes por coronavírus totalizadas na Serra gaúcha e um contexto de aumento de casos confirmados para a covid-19, o Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, atingiu nesta quarta-feira (23) a ocupação máxima em leitos de UTI destinados aos pacientes da doença. O superintendente da instituição, Hilton Mancio, afirma que a situação ainda não é de colapso, mas orienta que as pessoas evitem agrupamentos nas festas de final de ano.
Em entrevista concedida por intermédio da assessoria de imprensa do Tacchini, Mancio afirmou na quarta-feira que, com a internação de novos pacientes, o dia encerraria com ocupação total dos 30 leitos de UTI equipados para tratar pacientes de covid-19. Em contrapartida, dois pacientes estavam com alta prevista para esta quinta-feira (24). A instituição não atualizou os números do dia, que costumam oscilar com frequência, embora o superintendente também observe um aumento na média de permanência nas internações.
— Em outubro, a média era de nove dias e neste momento estamos com média de 20 dias no tempo de permanência, portanto há menos pessoas ocupando estes mesmos 30 leitos uma vez que a rotatividade é menor — afirmou o superintendente.
De acordo com ele, o hospital ainda não enfrenta uma situação de colapso, uma definição que ele atribui ao momento em que as equipes médicas precisariam colocar em prática os protocolos de contingência.
— Desde o início da pandemia não tivemos uma situação assim no Tacchini, sempre dispusemos dos recursos necessários. Obviamente existe uma capacidade máxima, temos planos de contingência para lidar com essas situações, mas até o momento não precisamos lançar mão desse tipo de expediente, de ter que escolher pessoas — garante.
Assim como hospitais de todo o Brasil, o Tacchini enfrenta a redução de profissionais ocasionada pela dificuldade de contratação e o afastamento de trabalhadores integrantes de grupos de risco, além de administrar medicamentos e equipamentos de forma a garantir que os mesmos sejam suficientes para a demanda nas alas de UTI.
As celebrações de final de ano preocupam profissionais da saúde, tendo em vista um aumento da transmissão do coronavírus que poderá ser ocasionada por agrupamentos, além da falta de cuidados básicos, como uso da máscara de proteção e higienização constante das mãos. Diante disso, o superintendente do Hospital Tacchini fez um apelo:
— É preciso deixar claro que nenhuma medida é capaz de impedir totalmente a transmissão do coronavírus, por isso a forma mais segura de passar o Natal e Ano-Novo é ficar em casa e celebrar com as pessoas que moram na mesma casa. Os cuidados básicos a gente conhece, mas é o momento da gente deixar de ser egoísta, porque a pessoa que não usa máscara e acha que com ela não vai ter problema, está olhando só pra si, não está pensando que poderá transmitir para outras pessoas. É o momento de ter empatia, de pensar no outro.