Os nomes dos candidatos do Republicanos a prefeito e vice de Caxias do Sul, Júlio César Freitas da Rosa e Chico Guerra, apesar do suspense, são os que estavam previstos e foram escolhidos pelo ex-prefeito Daniel Guerra. O nome da família Guerra continuará em evidência.
Freitas é mais preparado politicamente. Além de presidir o partido, era desde o impeachment o porta-voz do governo cassado e foi figura de destaque na administração. O pré-candidato a prefeito, porém, está há pouco tempo em Caxias, o que deve pesar na disputa. Já em relação a Chico Guerra, vale lembrar que o "caso do corretivo", que resultou em sua suspensão por 60 dias, com certeza será ressuscitado na campanha.
Freitas, depois de passar o cargo de presidente do Republicanos para o vice Emílio Andreazza, veio com anúncios. Disse que a chapa majoritária e a nominata de vereadores se comprometem em defender o projeto de redução do número de vereadores, de 23 para 15, bem como, cumprir um dos compromissos de Guerra sobre o projeto de redução de 50% dos cargos em comissão na prefeitura.
– Nós, junto ao prefeito Daniel Guerra, enviaremos novamente à Câmara de Vereadores, no primeiro mês do nosso governo, projeto de lei para extinção de 50% dos cargos em comissão da prefeitura municipal. Projeto que adormece na Câmara de Vereadores desde 2017 – discursou.
Naturalmente, ele vai tentar capitalizar os votos do prefeito cassado e Daniel será seu principal cabo eleitoral.
– Somos os pré-candidatos a prefeito e a vice escolhidos por Daniel Guerra, que reconheceu em nós qualidades para liderar a segunda etapa do projeto _ disse Freitas.
ESTILO MANTIDO
Coube a Daniel anunciar os nomes de todos os candidatos. Ele fez um longo pronunciamento – o primeiro desde o impeachment em 22 de dezembro. O Republicanos anunciava o discurso como "A verdade sobre o impeachment", mas o que se viu foi uma repetição do que vem sendo dito por seus apoiadores nas redes sociais, especialmente pelo agora pré-candidato ao Executivo.
Daniel mantém o estilo. Voltou a desferir críticas em tom ofensivo aos vereadores que aprovaram sua cassação, chamando-os de roedores; bombardeou a imprensa várias vezes; classificou o processo que o destituiu do cargo de forjado; ironizou o "diálogo", cuja ausência foi muitas vezes citado como um problema em seu governo; e, principalmente, falou do transporte coletivo urbano, sinalizando que a bandeira da campanha eleitoral de 2016 vai voltar.
Fez declarações como "banda podre será mandada para casa" ou "usurpadores que se adonaram da prefeitura passando por cima dos eleitores", ao falar dos vereadores e da atual gestão. Disse que "a prioridade desta turma é fazer um tapete vermelho para a Visate".
– Não fomos nós os maiores prejudicados com um impeachment forjado e sem crime. Os maiores prejudicados pelos 19 irresponsáveis e covardes vereadores de Caxias do Sul foram os cidadãos caxienses. A derrota dos 21 partidos que loteavam a prefeitura até 2016 não foi digerida após o resultado eleitoral de 2016. 148.501 caxienses disseram não a esta forma de governar – disse.
Justificou que não concorre porque a cidade mergulharia numa batalha judicial e admitiu o risco de o TSE considerá-lo inelegível. Por fim, pediu uma "faxina na Câmara de Vereadores e prefeitura".
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