
O ator Thomaz Costa anunciou esta semana uma nova estratégia para os fãs acessarem conteúdos exclusivos na aba Melhores Amigos do Instagram. A função — Close Friends, em inglês — permite criar uma lista seleta de quem pode ver os stories publicados. O artista passou a cobrar assinatura para quem quiser conferir o conteúdo.
Conhecido pelo papel na novela infantil Chiquititas (2013) e pela participação no reality A Fazenda 14 (2022), Thomaz está cobrando R$ 59,70 pelo acesso aos Melhores Amigos.
— Tem milhares de influenciadores que estão colocando todos os seguidores nos melhores amigos de graça. Já ficou até meio batido isso. Já me ofereceram para fazer isso, mas eu não quero. Quero realmente cobrar porque eu quero que entrem poucas pessoas — explicou o ator.
Uso dos Melhores Amigos no Instagram
A pioneira das cobranças por acesso a conteúdo exclusivo no Instagram foi a apresentadora e influencer Virginia Fonseca. Em 2019, ela anunciou uma assinatura mensal promocional de R$ 14,90 aos 500 primeiros fãs que desejassem entrar nos Melhores Amigos.
Há artistas, no entanto, que usam a função do Instagram de maneira diferente. Em abril de 2024, a cantora america Billie Eilish adicionou aos Close Friends os mais de 111 milhões de seguidores. A ação fez parte da divulgação exclusiva de seu terceiro álbum, Hit Me Hard and Soft, um mês antes do lançamento oficial.
Uma campanha semelhante foi realizada no Brasil pelo sertanejo Luan Santana. Ele divulgou, em fevereiro de 2025, a faixa Aluga-se, do álbum Ao Vivo na Lua. No entanto, o cantor não adicionou todos os seguidores na ferramenta e fez um número menor de publicações.
Por que privar o conteúdo e cobrá-lo?

O senso de exclusividade é um gatilho poderoso para garantir a visualização e engajamento do conteúdo, explica Luísa Ágnes, especialista em comunicação digital e comportamento nas mídias sociais.
— O uso do Close Friends como estratégia de marketing se mostra uma forma eficaz tanto para aproximar, quanto para segmentar o público — diz Luísa.
A vantagem, no entanto, não pode ficar restrita aos famosos. Professora de Comunicação, Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e mentora em mídias sociais, Karen Sica alerta que a disseminação de conteúdo na ferramenta precisa ser planejado pelo artista para beneficiar também os fãs.
— O artista tem o desafio de fazer uma entrega de alto valor para justificar a cobrança, pois pode gerar o sentimento de frustração caso as expectativas não sejam atendidas. Logo, o fã percebe que não vale a pena e desiste da assinatura — explica.