Para enfrentar a pandemia de coronavírus, os serviços de urgência e emergência de Caxias do Sul trabalham com ambulâncias e equipamentos de proteção individual (EPI) extras. Também foram reforçadas as centrais de atendimento para avaliação e orientação de pacientes com suspeita de doenças respiratórias. Uma equipe médica só é deslocada em caso de piora nos sintomas, principalmente quando há falta de ar.
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Além da rotina, a principal atuação é na avaliação e orientação de casos. A covid-19 só é caso de urgência quando o paciente apresenta dificuldades respiratórias. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) não atende a casos de gripes nem realiza coletas.
— Apenas atenderemos os casos de piora, quando há falta de ar, esforço ventilatório ou sinais clínicos de prostração (debilidade física). Claro, estamos mais atentos a casos que envolvem pessoas do grupo de risco e idosos. Mas, quando é só febre e sintomas gripais, iremos orientar e avaliar — explica Carolina Cunha Lima, médica e diretora técnica do Samu em Caxias do Sul.
Para atender a casos suspeitos e evitar o contágio, o Samu ampliou o número de EPIs e ambulâncias. Os atendimentos continuam acontecer com quatro ambulâncias de suporte básico e uma de avançado, conforme previsto legislação diante da população. No entanto, outras duas viaturas básicas, uma avançada e outra de transporte estão equipadas e prontas para uso.
— Saímos paramentados com a EPI que é para nossa proteção, mas principalmente deles. Circulamos muito e não podemos nos tornar vetores. Ao retornar, a equipe faz a desinfecção e troca para uma destas ambulâncias da reserva técnica. Para não perdemos tempo de atendimento, outra equipe fará a higienização dos veículos — descreve Carolina.
Conscientização da população reduziu atendimentos
Nestas primeiras semanas de prevenção ao coronavírus, o Samu registrou uma redução de 30% nos atendimentos. A estatística aparenta ser uma resposta às orientações de que a comunidade deve evitar procurar hospitais e atendimentos médicos em casos de sintomas simples, para evitar a exposição e o contágio.
— As pessoas estão se conscientizando e deixando o Samu só para casos graves, onde há um risco de vida. Neste sentido, melhorou. Mas, estamos preparados para o aumento que deve acontecer em poucas semanas. O pico da epidemia está previsto para abril e maio — afirma a diretora técnica.
Por enquanto, a principal atuação relativa ao coronavírus é a orientação à comunidade. A central de atendimento foi reforçada com enfermeiras que podem explicar sintomas e os devidos cuidados. O principal telefone para dúvidas sobre o coronavírus é o Alô Caxias, pelo 156.
— O Samu pode servir para orientações, enquanto os outros telefones estão muito ocupados. Até porque uma das medidas contra o contágio foi separar os médicos intervencionistas (que atendem nas ruas) dos reguladores. São médicos e enfermeiras preparados. O Samu pode dar informações sobre qualquer caso, inclusive a Covid-19 — ressalta Carolina.
Serviços particulares também estão preparados
As medidas adotadas por empresas particulares de resgate foram semelhantes ao Samu. O primeiro passo é o atendimento por telefone, com orientação sobre o coronavírus. Na Resgate Sul, os atendimentos dobraram na última semana.
— É feita triagem e classificação. O médico faz uma tele regulação e decide as medidas conforme orientação da Secretaria de Saúde. Como atendemos empresas com centenas de funcionários, nossas equipes vão até o local e fazem exame de gripo. Depois, há a toda a preocupação com a higienização das unidades. Sabemos que estamos na linha de frente contra a pandemia — afirma Vanessa Maciel Castellan, coordenadora de enfermagem.
Os protocolos também foram ampliados na Emercor. Os médicos reguladores avaliam sintomas e orientam sobre quais medidas que o paciente deve adotar.
— A rotina não mudou, pois somos um atendimento de urgência e emergências. O principal é que estamos levando a EPI necessária para prevenção do coronavírus, entre outras medidas de proteção interna. (Na covid-19), o que caracteriza a urgência é a dificuldade de respiratória — aponta a diretora comercial Claudia Poletto.