O governador Eduardo Leite (PSDB), que teve o apoio do ex-prefeito de Caxias Daniel Guerra (Republicanos) na disputa ao Piratini em 2018, entende que a decisão da Câmara de Vereadores sobre o impeachment "é legítima e dentro da legalidade".
Leite deu a declaração nesta quarta-feira (5), em entrevista coletiva, após a reunião-almoço na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).
— É uma decisão legítima e soberana da cidade, a partir da sua Câmara de Vereadores. Acho que não cabe um comentário. É uma decisão que acontece com a legitimidade, dentro da legalidade e do entendimento da cidade, a partir de seus representantes na Câmara Municipal — afirmou.
Ele não entrou no mérito dos motivos que levaram à cassação, mas também não defendeu o ex-prefeito, pertencente a um dos partidos que integram a coligação que o conduziu ao governo do Estado.
Mas uma situação não pode ser esquecida: o mal-estar provocado pelo então secretário municipal de Planejamento, Fernando Mondadori, em novembro último, quando alfinetou o governador em relação às desapropriações para o Aeroporto Regional da Serra Gaúcha. Na ocasião, Mondadori disse que "o Governo do Estado se colocou à disposição, mas é uma disposição que está só no ofício. Você não vê nenhum movimento, nenhuma ação de fato para apoiar o projeto".
Deve-se considerar, também, que a relatora do processo de impeachment de Guerra, cujo parecer foi favorável, foi a tucana Paula Ioris, "porta-voz" do Governo Leite na Serra. Ela é cotada para integrar uma chapa majoritária na eleição de outubro ao lado de Adiló Didomenico, do PTB, partido do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior. (Com André Tajes)
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