O ex-vereador Renato Nunes está confirmado como pré-candidato a prefeito pelo Partido Liberal (PL), sigla que preside em Caxias do Sul. Em suas redes sociais, foi divulgado um vídeo do presidente estadual do PL, deputado federal Giovani Cherini, dizendo que estão depositando toda a confiança no ex-vereador como pré-candidato a prefeito.
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"Encerrou-se um ciclo de apoio à pessoa de Daniel Guerra", diz ex-líder de governo de Caxias do Sul
Nunes adianta que já procurou o presidente do Republicanos, Júlio César Freitas da Rosa, para a possibilidade de o partido do ex-prefeito Daniel Guerra indicar seu vice.
A resposta obtida, conta, foi de que a orientação nacional do Republicanos é ter candidatura própria. A expectativa, naturalmente, gira em torno de uma eventual reversão judicial quanto à cassação do mandato e da inelegibilidade por oito anos do ex-prefeito. Nunes, por sua vez, fala claramente em rompimento com Daniel e afirma que, em um eventual retorno ao cargo de chefe do Executivo, não estará mais ao seu lado.
O líder do Governo Guerra até a data do impeachment, 22 de dezembro de 2019, e presidente de um dos partidos da coligação vitoriosa de 2016 vai além, sobre 2020:
— Não comporia uma chapa com a família Guerra.
Mas aceitaria qualquer outro nome do Republicanos.
Rompimento
Na semana passada, Nunes publicou um texto nas redes sociais dizendo que "encerrou-se um ciclo de apoio à pessoa de Daniel Guerra". Agora, ao Mirante, foi mais incisivo:
— Tínhamos vários problemas.
O ex-líder diz que Guerra fez muitas coisas certas, mas a forma era agressiva.
— Uma decisão que já era polêmica, ele deixava ainda mais polêmica — avalia.
E declara, sem rodeios:
— É um rompimento.
Ele garante que não é inimigo do ex-prefeito, mas afirma que o ciclo de apoio a ele ou qualquer outro membro da família Guerra se encerrou em 22 de dezembro.
— Política se faz ouvindo as pessoas, o que Guerra não fez.
Tenso! Resta saber qual será o efeito dessas declarações.
Menos a esquerda radical
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro e definindo-se como "mais para o lado da direita", o ex-líder de Guerra diz que está conversando com todos os partidos, só não há possibilidade de fazer composição "com a esquerda radical".
Vale lembrar que em 2012, quando presidia o PRB, Nunes coligou com o PT. Em 2008, a coligação foi com José Ivo Sartori (MDB). Nas duas vezes se elegeu vereador. Em 2016, a aliança foi com Daniel Guerra. Ficou como segundo suplente.
— Já procurei partidos que têm pré-candidatos a prefeito. Não tenho inimigos, tenho adversários políticos — declara em tom de tentativa de reaproximação, apesar das divergências.
Nunes diz que pretende mesmo concorrer a prefeito e o impeachment, que define como um ato antidemocrático, também será usado em seu discurso de campanha.
Apesar do rompimento, claro que pretende capitalizar o eleitorado de Guerra. Ele lembra que sempre o apoiou e dispara:
— Nunca vi crime nenhum, Guerra sempre foi honesto. (O impeachment) Foi apenas uma jogada política para tirá-lo da prefeitura e da disputa eleitoral.
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