A pouco mais de meio ano do final da concessão do transporte coletivo urbano, entre município e Visate, praticamente não há debate sobre assunto de extrema relevância, e que foi tema dominante da última campanha. O contrato vence no final de maio de 2020.
Em reportagem no Pioneiro, no final de junho passado, a prefeitura acenava com o anúncio do edital de licitação até setembro. O prazo venceu, outubro passou e já estamos em novembro, e nada de debate, tampouco houve anúncio sobre o edital. À época, a prefeitura informava que o assunto “será ampliado com a comunidade em momento oportuno”, que, pelo visto, no entender da administração, ainda não chegou.
O que é certo é que a próxima licitação vai prever um formato que acabe com o atual modelo, de exploração do serviço por uma única concessionária, estabelecendo a operação por pelo menos duas empresas. O prefeito Daniel Guerra já reiterou, inclusive em manifestação na mesma reportagem, que o fim do monopólio do transporte é uma promessa de campanha.
– Esse é um compromisso que tenho com a população de Caxias – disse à época.
Desde o início do ano, a Secretaria de Trânsito, Transporte e Mobilidade intensificou a discussão com um grupo de trabalho para definir o formato do processo licitatório que será apresentado à população caxiense.
O preocupante é que o debate do assunto pela comunidade, que já deveria estar acontecendo, segue praticamente inexistente.
UAB fez nove reuniões
O debate em torno da nova concessão do transporte público praticamente se reduziu a uma série de reuniões em bairros da cidade, iniciativa da UAB, a União das Associações de Bairros. Os encontros foram realizados nas regiões do Centro, Esplanada, DesvioRizzo/Forqueta, Santa Lúcia, Fátima, Ana Rech, Cruzeiro, Galópolis e Zona Norte, que sediou o último dos encontros, em 3 de outubro.
O presidente da UAB, Valdir Walter, detectou, a partir das reuniões regionais, uma rejeição à ideia da operação por duas empresas.
– 90% dos participantes acham que Caxias não está preparada para duas empresas. Não existe concorrência. Além disso, vai encarecer, porque toda a estrutura será duplicada.
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