É grande a expectativa diante do julgamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), nesta quarta-feira, sobre o Caso Magnabosco. Se o município de Caxias do Sul for mantido como réu na ação, poderá pagar uma indenização de cerca de R$ 600 milhões, comprometendo as finanças por décadas. A importância da decisão para a cidade leva uma comitiva à Capital Federal. Quem estará lá são os dois ferrenhos adversários políticos, o prefeito Daniel Guerra (PRB) e o ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT). Além deles, foram os vereadores Paulo Périco (MDB) e Paula Ioris (PSDB). Três procuradores do município viajaram na segunda-feira.
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Alceu, assim como o vereador Felipe Gremelmaier (MDB), havia sugerido durante audiência pública sobre o assunto, realizada na Câmara de Vereadores, a formação de uma comissão para sensibilizar os parlamentares gaúchos sobre a situação que o município enfrenta.
Na semana passada, estiveram em Brasília numa série de contatos, os vereadores Felipe e Adiló Didomenico (PTB), bem como o deputado estadual Neri, O Carteiro (SD).
O prefeito retorna amanhã. Ele também irá entregar uma carta de reivindicações ao Ministério da Saúde, que trata a recomposição do teto financeiro da média e alta complexidade, do repasse de mais R$ 250 mil mensais, referentes à qualificação da UPA 24 Horas, e ainda de detalhes da transferência de dados ao sistema de informações de vacinas.
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Garantia na foto
Na sessão da Câmara nesta terça-feira, ao fazer um balanço da ida a Brasília, na semana passada, para contatos com parlamentares gaúchos buscando apoio a Caxias no Caso Magnabosco, Adiló Didomenico não deixou passar o que ele definiu de "canelada", em referência à declaração do prefeito Daniel Guerra. Em entrevista ao Pioneiro, publicada no fim de semana, Guerra disse que toda a iniciativa era positiva, "mesmo que aos 48 minutos do segundo tempo".
– Já vi muito jogo ser decido por jogador que entrou em campo aos 48 minutos. Agora nunca vi jogo ser decido por cartola que fica correndo ao redor do alambrado e enticando jogador e parceiro adversário. Na foto, depois os cartolas aparecem – revidou Adiló.
Só faltou o contato
Ao mostrar fotos dos deputados, senadores e da secretária estadual Ana Amélia Lemos (PP), com quem ele, Felipe Gremelmaier, o deputado estadual Neri, O Carteiro (SD) e as procuradoras do município mantiveram contato, Adiló fez questão de falar o que ouviu do deputado federal Carlos Gomes (PRB) e presidente do partido de Guerra no Estado.
— Para quem dá canelada nos vereadores, o deputado Carlos Gomes, na presença das procuradoras, disse: "Tchê, quando é que vai ser o julgamento?"
— Quarta-feira, dia 27 — respondeu Adiló.
— Vocês acreditam que eu não recebi um telefonema sequer do prefeito de Caxias para, pelo menos, me avisar que o julgamento é na semana que vem — disse Gomes.
Ao contar o diálogo, o petebista acrescentou:
— Então, esse também vai entrar aos 48 minutos, mas com muita vontade, com muita disposição de nos ajudar.
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