O prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (PRB), decidiu isolar-se do contato com a imprensa e, por consequente, da população e de seus eleitores. A afirmação baseia-se, por exemplo, em Guerra não ter concedido uma coletiva de imprensa para avaliação de seus dois anos de mandato. Ele ainda tem negado solicitações de entrevistas individuais a veículos de comunicação e, por último, evitou responder ao contraponto pelas declarações do ex-prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT), publicadas pelo Pioneiro na segunda-feira. A resposta da assessoria de imprensa às solicitações de entrevistas é sempre a mesma: "o prefeito está com agenda cheia".
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De fato,o cargo de chefe do Executivo municipal é de grande responsabilidade, mas atender à imprensa faz parte do ofício. Guerra utiliza a estratégia da "velha política" — que ele tanto critica — e se esconde atrás de seus secretários. Evita assim responder sobre assuntos polêmicos e diminui o risco de manchar sua imagem.
O prefeito adotou como praxe responder à imprensa por meio de nota oficial ou de suas redes sociais, mas dificilmente interage com o público da internet.
É difícil falar com o prefeito. Em 2016, Guerra chegou a informar um número de telefone funcional, mas por decisão pessoal decidiu não utilizar mais o meio de comunicação.
O Governo Guerra criou o programa Gabinete Itinerante para ouvir as demandas da comunidade. No primeiro semestre de 2018 foram cinco encontros. No final de julho, Guerra ouviu as demandas da CIC. O último ocorreu no final de novembro com a comunidade de Fazenda Souza. É muito tempo sem ouvir a população.
É preciso fazer dois reconhecimentos: dificilmente a assessoria de imprensa deixa de atender as solicitações do Pioneiro. Além disso,Guerra nunca deixou de responder a questionamentos quando encontrado em eventos. O problema é que esses momentos estão cada vez mais raros.