Ainda não terminou o impasse entre o Clube de Mães Santa Rita de Cássia, no bairro Desvio Rizzo, e a prefeitura de Caxias do Sul. As partes se reuniram na tarde desta terça-feira (4) para tentar decidir o destino da sede da entidade: o município quer utilizar o prédio como escola de Educação Infantil; as integrantes do clube querem permanecer no local. Foi definido um prazo de 120 dias para que se encontre um local alternativo para a instituição de ensino.
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O prédio está em terreno do município mas, segundo o clube de mães, foi construído com recursos da comunidade. O desfecho da reunião desta terça não agradou as integrantes da entidade. Para a presidente Devina Pezzi Luciano, a prefeitura joga para o clube a responsabilidade de resolver o problema de falta de vagas em escolas.
— O município não consegue resolver o problema de falta de vagas e a sede continua sendo opção. Nós já oferecemos cerca de 15 locais alternativos, que não são aceitos. Vamos passar o Natal e o fim de ano apreensivas — lamenta.
Para ela, a comunidade já se manifestava há tempos sobre a necessidade de ampliar o número de escolas no bairro, mas a falta de investimentos acabou agravando a situação.
O Pioneiro entrou em contato com a Secretaria Municipal da Educação para esclarecimentos. Por meio da assessoria de comunicação, a pasta informou que vai divulgar uma nota sobre o assunto ainda nesta terça.
A intenção de transformar a sede do clube de mães numa escola de Educação Infantil foi divulgada pela prefeitura ainda em setembro. O projeto foi interrompido em outubro, após protestos. Uma escola já funciona no térreo do prédio e atende 90 alunos. A ideia é ocupar o segundo piso para contemplar outras 90 crianças. Hoje, o bairro tem um déficit de 550 vagas na modalidade.
O município diz ter R$ 500 mil reservados para reforma e ampliação do prédio. O clube de mães defende que, com esse valor, é possível custear o aluguel de um espaço alternativo, mas a prefeitura argumenta que não pode realizar grandes investimentos para a adequação de locais privados.
Conforme a presidente do clube de mães, a entidade seguirá oferecendo sugestões, mas não descarta a judicialização da questão em caso de desfecho desfavorável.