Terminou nesta segunda-feira (22) o período de entrevistas individuais para definir para onde serão transferidos os servidores que atuavam no Pronto-Atendimento 24 Horas (Postão) de Caxias. A prefeitura ainda não informa qual é o destino de todos os profissionais — sabe-se que cinco unidades básicas de saúde (UBSs) receberão três médicos a mais, por exemplo, mas a Secretaria da Saúde diz que as informações serão compiladas e divulgadas nos próximos dias.
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Extraoficialmente, porém, circula uma lista de médicos do Postão já teriam pedido exoneração: conforme informações dos próprios servidores, 28 profissionais não pretendem seguir atuando na rede. A principal razão seria a dificuldade dos plantonistas com contrato de 12 horas semanais conciliarem o atendimento na rede durante a semana com suas outras atividades profissionais.
No início de setembro, 103 médicos atuavam no Postão, segundo a Secretaria da Saúde. Em uma lista entregue aos profissionais em reunião no dia 9 de outubro, constavam 97 matrículas de médicos atuando no local, incluindo um contrato emergencial. Também há nomes que se repetem: são servidores com mais de um contrato.
De qualquer forma, é possível estimar que pelo menos um em cada quatro médicos do Postão devem deixar o serviço público. Na lista de servidores, constam inclusive sete pediatras e três psiquiatras. Segundo Tiago Perinetto, ex-diretor técnico do serviço, a debandada vai ser maior:
— Têm médicos que não se manifestaram ainda mas eu sei que não vão conseguir (seguir trabalhando), porque são residentes em Porto Alegre — aponta.
A Secretaria da Saúde informou que alguns médicos manifestaram verbalmente a intenção de deixar o serviço, mas até a tarde desta segunda não havia pedidos oficiais, pelo menos dentro do sistema da Secretaria de Recurso Humanos.
O secretário interino da Saúde, Júlio César Freitas da Rosa, afirmou que o número de exonerações deve ser fechado nesta terça-feira (23) e divulgado nos próximos dias. Ele diz que o número de médicos do Postão é maior do que os postos extras abertos na rede básica e ainda não é possível definir se será necessário reforçar o quadro de profissionais.
— A partir do momento em que soubermos se a demanda das UBSs for suprida, vamos verificar. Mas temos autorização do prefeito para, conforme as exonerações forem feitas, repor o quadro. Se tiver 20, 30 médicos exonerados, vamos chamar do concurso. Caso não seja possível, vamos chamar da rede privada, que o TAC nos permite.
No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público (MP), a prefeitura de Caxias se comprometeu a assegurar o atendimento de urgência e emergência à população durante os seis meses em que o Postão estiver fechado para reformas.