O Pioneiro encerra hoje a publicação de entrevistas com os concorrentes melhores colocados nas três últimas pesquisas do Ibope para o Senado. O jornal abriu espaço e enviou as três questões para os 8 postulantes mais bem posicionados. A candidata Carmen Flores, do PSL, não havia enviado as respostas até ontem. Assim, o sétimo entrevistado é Paulo Paim, 68 anos, candidato do PT que concorre à reeleição.
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Três questões para Luiza Weber, candidata ao Senado pelo Solidariedade
Paim é natural de Caxias do Sul. Metalúrgico, iniciou sua trajetória no Congresso na Câmara dos Deputados em 1987, com mandatos sucessivos até 2002. Entrou no Senado em 2003 e está no segundo mandato. Foi presidente da Central Estadual de Trabalhadores do Rio Grande do Sul e do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas.
1. Qual o principal problema que o RS enfrenta, na sua opinião?
Qualquer pesquisa diz que os maiores problemas no RS hoje são educação e saúde. Com a Emenda 95 (do Teto de Gastos), que congela investimentos nessas áreas, a situação fica ainda mais grave. Eu indico a minha emenda parlamentar, todos os anos, para a educação. Aprovei, via Orçamento da União, R$ 83 milhões para a educação/UERGS (Universidade Estadual do RS). O governo liberou R$ 23 milhões. É claro que isso é muito pouco. É preciso que a União, os Estados e os municípios invistam mais na educação. Já a saúde exige mais investimentos no SUS para que a saúde pública e gratuita atenda de fato à população, na forma como nós, constituintes, aprovamos. Segurança e desemprego estão no mesmo patamar.
2. Qual a principal bandeira que a senhora pretende levar para o Senado?
Sempre digo que já fizemos muito, mas ainda há muito por fazer. Aprovei as leis dos estatutos do Idoso, da Pessoa com Deficiência e o da Igualdade Racial. Todas de minha autoria. Relatei a lei do Estatuto da Juventude. Essas leis beneficiam milhões de pessoas. Há muitas outras, de minha autoria, que também são realidade hoje. Mas o meu foco para o próximo mandato será a revogação da reforma trabalhista e a aprovação do Estatuto do Trabalho, a nova CLT. Vou continuar lutando contra reforma da Previdência. Temos que garantir o direito da aposentadoria. Temos que revogar a Emenda 95, que congelou investimentos no país por 20 anos e está causando uma das maiores taxas de desemprego da nossa história.
3. Qual sua posição sobre o regime de recuperação fiscal?
Entendo que essa proposta não resolve o problema da dívida do nosso Estado. E também sei que a questão é complexa. Apresentei um projeto em 2015, sugestão do deputado constituinte Hermes Zanetti, com o apoio da bancada gaúcha. Essa proposta resolve a questão. Ela prevê a atualização da dívida pelo IPCA, desde o início. Fizemos uma dívida de R$ 9 bilhões, pagamos R$ 30 bi e ainda estamos devendo R$ 60 bi. Isso é impagável. Não adianta empurrar com a barriga. Com a minha proposta, além de quitarmos a dívida com a União, teremos que receber de volta R$ 11,1 bilhões. É fundamental fazer uma articulação com os outros Estados e governadores para que esse projeto seja o eixo balizador de uma repactuação nacional para resolver, efetivamente, a situação dos estados.