O Pioneiro publica esta semana, em ordem alfabética, entrevistas com os candidatos à Presidência. Dos 13 postulantes, seis respostas foram formalizadas e enviadas pelas candidaturas, conforme a solicitação do jornal, e estas estão sendo publicadas até sexta-feira. Oito temas foram apresentados aos candidatos. O quarto a responder é Guilherme Boulos, do PSOL.
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Conheça as propostas de Guilherme Boulos, candidato do PSOL a presidente
Oito temas para Geraldo Alckmin, candidato a presidente da República pelo PSDB
Oito temas para Alvaro Dias, candidato a presidente da República pelo Podemos
Oito temas para Fernando Haddad, candidato a presidente da República pelo PT
1. Refugiados venezuelanos
"Consideramos extremamente grave a forma com a qual migrantes venezuelanos vêm sendo tratados em Roraima. Não é com violência e intolerância que resolveremos a situação. Além de ser um país acolhedor, formado por diversas culturas e povos, o Brasil também é signatário das principais leis e acordos internacionais sobre migração. É responsabilidade do Estado brasileiro fornecer as condições e infraestrutura necessárias para que essas pessoas possam ser atendidas e encaminhadas para outros Estados do Brasil ou países, se assim desejarem."
2. Habitação popular
"Hoje, no Brasil, tem mais casa sem gente do que gente sem casa: são mais de 6 milhões de famílias sem teto e mais de 7 milhões de imóveis ociosos. Vamos fazer cumprir a Constituição e assegurar tanto o direito à moradia quanto a função social da propriedade, que coloca na ilegalidade todas aquelas que estiverem ociosas, vazias ou abandonadas. Também, vamos avançar no combate ao déficit habitacional com o programa Levanta Brasil, que vai dedicar R$ 180 bilhões por ano ao desenvolvimento de infraestrutura social nas regiões mais carentes do país."
3. Criança e adolescente
"É tarefa do Estado garantir o acesso pleno e gratuito à educação e saúde, assim como reforçar políticas públicas contra a violência, a pobreza e o trabalho infantil. Nossa meta é definir 10% do PIB para a educação e dobrar o orçamento da União à saúde. Vamos criar 6 milhões de vagas em creches e escolas, abrir opções de período integral e garantir um padrão mínimo de qualidade, com o CAQi (Custo Aluno Qualidade inicial). Propostas como a ampliação do Bolsa Família, investimento público em obras de infraestrutura social e fiscalização mais rigorosa contra a violência e o trabalho precoce se destinam à garantia do bem-estar dessa população."
4. Espera no SUS
"É inaceitável que hoje um paciente com suspeita de doenças graves, como câncer, espere até 6 meses por um diagnóstico ou uma cirurgia. Vamos estabelecer um teto de espera para consultas, diagnósticos e procedimentos cirúrgicos, que deve ser mais curto em casos como o citado acima. Faz parte do nosso programa de governo aumentar os investimentos em Atenção Básica, estabelecer a UBS completa, onde a população poderá passar por todas as etapas de atendimento médico em um só endereço, além de disponibilizar medicamentos gratuitos."
5. Bolsa Família
"Só em 2018, o governo vai deixar de arrecadar R$ 283 bilhões em desonerações fiscais: 10 vezes o orçamento anual do Bolsa Família. Um programa que tira milhões da pobreza extrema com investimento modesto deve e será ampliado em nosso governo. Vamos transformá-lo em uma Renda Básica de Cidadania Universal, como política pública e direito social e rever os critérios de acesso, para incluir famílias com até meio salário mínimo. Vamos também aumentar o benefício para um piso mínimo de meio salário mínimo, até um salário inteiro, considerando a composição familiar e a presença de idosos, pessoas com deficiência e crianças."
6. Rio Grande do Sul
"Vamos abrir mais linhas de crédito e facilitar o acesso a bancos públicos para micro e pequenos empresários. É fundamental expandir o setor de serviços local, o mais importante da economia gaúcha, proporcionando maior confiança ao empresário e permitindo a criação de vagas não precarizadas. Será uma das nossas prioridades o desenvolvimento do campo, com uma reforma agrária popular e ecológica e o incentivo, via crédito público, à produção de pequenos agricultores – responsáveis por 70% dos alimentos na mesa dos brasileiros."
7. Combate às drogas
"Diminuir a criminalidade compreende também rever a política de guerra às drogas. O modelo de repressão não funciona. Só aumenta o ciclo de violência e superlota as cadeias com a faixa populacional menos favorecida: os jovens negros das periferias. A partir de experiências como a portuguesa, ficou comprovado que descriminalizar o uso não significa aumentar o consumo, mas diminuir as mortes e abrir espaço para campanhas de prevenção e atendimento psicológico. Isso porque o abuso de substâncias é um tema de saúde pública, não do Código Penal."
8. Geração de empregos
"Nenhum país saiu de crise econômica e gerou emprego sem investimento público direto. Com o dinheiro gerado a partir de outras propostas do nosso plano, a reforma tributária progressiva e a revisão de renúncias fiscais, vamos ter cerca de R$ 180 bilhões para obras de infraestrutura viária, logística e social, sobretudo nas regiões mais atingidas pela crise ou com carência de infraestrutura. Assim, vamos gerar cerca de 6 milhões de empregos em dois anos. Também vamos apoiar com linhas de crédito facilitadas, via bancos estatais, micro e pequenos empresários e produtores para movimentar a economia e gerar mais vagas."
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