Reeleito para o segundo mandato, o deputado estadual Elton Weber, 50 anos, conquistou 55.645 votos à Assembleia. Natural de Nova Petrópolis, ele aumentou a votação em 25,2% em relação ao pleito de 2014, quando obteve 44.444 votos.
Com atuação na agricultura familiar, Weber estendeu seu trabalho para áreas como saúde, educação e segurança. Ele pretende se dedicar à aprovação dos projetos para diminuição da burocracia para agroindústrias familiares e que simplificam o licenciamento ambiental.
Confira os principais trechos da entrevista transmitida ao vivo pelo Facebook do Pioneiro na quarta-feira:
Pioneiro: Seu trabalho é dedicado em boa parte à agricultura familiar. Como avalia o primeiro mandato?
Elton Weber: Cheguei na Assembleia em 2015 entendendo que trabalharia no setor da agricultura familiar, do meio rural, mas logo percebi que havia mais demandas na área da educação e da saúde pública. Como deputado, não podemos escolher um só segmento, e isso se mostrou positivamente na reeleição. Tive a oportunidade de presidir a Frente Parlamentar da Vitivinicultura, fui vice-presidente da CPI das Seguradoras e tive oportunidade de relatar projetos importantes como o que extinguiu a pensão vitalícia para ex-governadores. Também relatei o projeto que extinguiu a aposentadoria especial de deputado estadual, que dava um privilégio aos deputados gaúchos, e eu entendo que todos nós devemos ter uma Previdência única. Para o turismo, consegui implementar um projeto criando a região cervejeira do Rio Grande do Sul e que Caxias deverá integrar.
Temos uma carência na área da infraestrutura na região. Como seu mandato pode contribuir para melhorar as rodovias da Serra?
Nossa região, que tem um alto índice de desenvolvimento de indústrias, de empregos, de deslocamento entre uma cidade e outra para o trabalho. Vamos pressionar para que os órgãos tenham um olhar mais forte para a necessidade de duplicação de rodovias e a manutenção, que muitas vezes está aquém do que nós precisamos.
Qual rodovia que deve receber prioridade para ser duplicada?
Embora já seja duplicada precisamos de uma melhoria entre Caxias e Farroupilha. Também a ERS-122, porque tem um grande fluxo. A partir de São Vendelino, está duplicada, mas falta um trecho a ser feito. Essa é uma prioridade importante. Não podemos esquecer da BR-116, que precisa de melhorias e é importante que a gente faça a reivindicação e pressão. Considera a ERS-122 como prioritária.
Qual a sua opinião sobre Regime de Recuperação Fiscal (para obter a renegociação da dívida com a União)?
Há uma proposta aprovada pelo Governo do Rio Grande do Sul e que será levada ao governo federal. Essa proposta deverá sofrer ajuste se for necessário, como por exemplo a taxa de juros. Não dá para renegociar com a mesma taxa de juros, e ninguém aprovaria. Tem que discutir junto com a repactuação da dívida, a Lei Kandir (que prevê isenção de ICMS para produtos de exportação). Há um projeto de lei de um deputado do Amazonas, o PLP 511, que trata desse tema para o futuro, onde o governo federal, a partir de 2019, terá que restituir os Estados desses recursos. Só renegociar com mais tempo (de carência), mesmo com juros menores, não é o necessário. Temos que incluir nesse discussão a Lei Kandir. Tenho a convicção de que precisa ser feita uma auditoria da dívida pública.
Qual sua opinião sobre privatizações de estatais como o Banrisul?
Na minha visão, o Banrisul não é uma estatal que deva ser privatizada. O banco traz resultados financeiros, ajuda a estrutura do Estado. Agora tem outras estatais que temos que discutir. Por exemplo, pode ser feita a federalização de estatais e incorporá-las ao patrimônio da União, pode haver parceria público-privada, mas tem que analisar o formato, e não somente vender tudo. Temos que analisar uma por uma. Não dá para fazer um pacote e privatizar tudo.
O Plano de Recuperação Fiscal é a única alternativa para recuperar as contas?
É um ponto forte para a recuperação financeira do Estado, mas não é a única. Também tem que pensar na questão da produção e no incentivo para o setor produtivo. Não dá para colocar que a salvação virá só da questão federal. O setor primário tem contribuído, mesmo nos últimos quatro anos, com o aumento da sua produção e inclusive gerando empregos. Estrategicamente, o Estado deve olhar para os segmentos econômicos e avançar na questão social.
Qual a sua opinião sobre a decisão do MDB em apoiar o candidato Jair Bolsonaro?
Esse tema é controverso no PSB. O PSB coligou com Sartori. Agora, internamente no partido (PSB), não há uma unanimidade sobre esse posicionamento. Na segunda-feira, teremos reunião do diretório (estadual) para analisar a posição da Executiva nacional (que decidiu apoio a Fernando Haddad).
Quem o senhor vai apoiar para presidente?
Vou aguardar a reunião.
O PSB pode deixar de apoiar Sartori por ele anunciar apoio a Bolsonaro?
Acredito que não, embora não possa afirmar.
O senhor mantém apoio ao candidato José Ivo Sartori?
Esse assunto foi discutido antes do primeiro turno dentro do partido, houve uma votação do diretório estadual com 70%, 80% apoiando a candidatura do Sartori. Respeito a decisão. A minha posição será de manter apoio ao candidato Sartori.
Qual o tamanho do prejuízo da Serra ao não ter eleito um deputado federal?
Não posso mensurar, mas seria muito importante pelo número de eleitores que a Serra tem e pela sua importância econômica. Nós, deputados estaduais, vamos ter que fazer esse papel (de deputado federal). Precisaremos conversar com os deputados federais dos nossos partidos. Se necessário, vou promover eventos para debater na região e no Estado esses temas (Reforma da Previdência, tributária e política). Mesmo não votando em Brasília, precisamos nos posicionar.
Qual será a prioridade para o restante do mandato e o próximo?
Tenho projetos em andamento na Assembleia. Um é sobre a simplificação e a diminuição da burocracia nas agroindústrias familiares, para poderem vender de um município para o outro com o serviço de inspeção municipal. Tenho dois projetos que simplificam o licenciamento ambiental, não que não haja controle, mas a burocracia tem que diminuir. Também estarei atento sobre a Reforma da Previdência, porque os trabalhadores não podem perder direitos.
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